A Justiça Estadual decretou a prisão preventiva de Antenor Alberto de Matos Salomão, acusado do feminicídio de Leidiane Souza Lima, ocorrido em 27 de janeiro de 2023, quando a vítima saia para o trabalho. A medida foi obtida pelo Ministério Público de Mato Grosso, por meio da 6ª Promotoria de Justiça Criminal de Rondonópolis, que apontou reiterados atos processuais e risco à ordem pública como fundamentos para o pedido.
Antenor foi preso em 6 de fevereiro de 2023 durante cumprimento de mandado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas acabou sendo liberado por decisão de segunda instância e passou a cumprir medidas cautelares, entre elas o monitoramento eletrônico. Com a recente análise da ação penal, o MPMT sustentou a necessidade da prisão preventiva para garantir a regularidade da instrução criminal.
Segundo a denúncia e apurações policiais, o crime ocorreu por volta das 07h33 do dia 27 de janeiro de 2023, na Rua Santo Antônio, bairro Parque São Jorge. Leidiane foi atingida por disparos de arma de fogo quando deixava a residência para ir ao trabalho; o autor dos disparos estava em uma motocicleta sem placa. A vítima deixou três filhos — de 15, 11 e 5 anos.
A investigação policial concluiu que Antenor foi o autor dos disparos e que o homicídio foi minuciosamente premeditado. Conforme apurado, a motivação estaria relacionada a sentimento amoroso não correspondido por parte do executor e a um litígio judicial sobre a guarda da filha do casal, circunstâncias que, segundo as autoridades, reforçam a gravidade do delito.
No histórico do acusado consta a prisão temporária e a imposição posterior de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, após sua soltura por decisão de segunda instância. O Ministério Público aponta ainda que o réu tem se valido de prerrogativas processuais e de manobras protelatórias — inclusive requerendo oitiva como testemunha de defesa — para postergar o prosseguimento do processo, o que motivou a nova representação pela prisão preventiva.
Também faz parte do contexto que a companheira do réu é magistrada e que, durante o período do casamento, ela já teve duas tentativas de homicídio registradas, fato que levou à solicitação de proteção policial junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Diante do quadro probatório e das circunstâncias apontadas pelo MPMT, a prisão preventiva foi entendida pelo juízo como medida necessária para preservar a ordem pública e a regularidade da instrução criminal.