O documento determina a desocupação imediata dos prédios da Universidade e ainda estipula o pagamento de multa diária no valor R$ 1 mil, em caso de descumprimento da ordem.
Os acadêmicos reivindicam melhores condições de infraestrutura na unidade de Sinop, que está com as atividades paralisadas desde o dia 22 de julho. Na última semana, os alunos chegaram a se reunir com a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, que segundo eles, apresentou propostas que não atendem as reias necessidades do Campus.
Na manhã de hoje, os estudantes resolveram ocupar também o prédio do ‘Casarão’ da UFMT, onde funciona o protocolo da Universidade. Diante desta medida, a reitoria teria se comprometido a conversar com os alunos, desde que eles deixassem o local, o que foi feito de imediato.
“Para nossa surpresa, não fomos recebidos por ninguém, ficamos aguardando durante toda a tarde e a única coisa que recebemos foi esse mandado de reintegração de posse. Isso mostra a completa desonestidade dessa gestão da UFMT, que sequer é capaz de cumprir com algo que havia sido combinado”, desabafou a estudante de medicina veterinária, Amandla Souza.
A acadêmica assegura que desde o dia que ocuparam a reitoria, os estudantes têm se comportado de forma ordeira e pacífica, na tentativa de conseguir uma conversa com a reitoria e, consequentes melhorias no Campus de Sinop. “Esse mandado é um absurdo. A reitora sabe que somos estudantes do interior e não temos para onde ir. Nunca houve uma decisão como essa aqui na UFMT, porque será que isso acontece justamente com alunos que não são aqui da Capital?”, questionou Amandla.
O estudante de engenharia agrícola Vinicius Pereira alega que a reitora agiu como forma de tentar desestruturar o movimento e garantiu que, neste momento, os alunos deixam o prédio da reitoria, mas não sairão da UFMT.
“Ficaremos aqui nas dependências da Universidade e amanhã decidiremos que medidas serão tomadas”, declarou Pereira.
Reivindicações
Os estudantes alegam que os problemas no campus de Sinop são muitos, entre eles, a falta de material didático e segurança, além de deficiências na estrutura física da instituição.
A biblioteca, por exemplo, comporta apenas 100 alunos, embora a instituição tenha mais de três mil estudantes. Eles alegam ainda, que mesmo tendo uma série de cursos voltados para a formação rural, os alunos não contam com uma fazenda universitária e o Hospital Veterinário não realiza atendimento ao público, tal como ocorre no Campus da Capital.
Outro Lado
A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da UFMT, mas as ligações não foram atendidas.