Foi dado um prazo de três dias para que a comissão apresente as conclusões acerca do procedimento investigatório.
Por meio de nota encaminhada à imprensa, a Prefeitura alegou que a decisão de abrir investigação veio após uma reunião do Executivo com a cúpula da Secretaria Municipal de Saúde.
“A instauração de uma sindicância vai apurar denúncias veiculadas pela imprensa acerca de suposta falta de médicos na UTI do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, bem como a acusação de “orientação superior” para que os médicos lotados na unidade alterassem as declarações de óbito de pacientes fatais”, diz trecho do documentoa.
Durante a reportagem exibida no Fantástico, o repórter Eduardo Faustini relatou ter tido acesso a oito comunicados internos do Pronto Socorro avisando a direção do hospital sobre períodos em que a UTI ficou sem médico algum.
“Não foram nem um nem dois casos de pacientes que poderiam ter saídos vivos das UTIs do pronto-socorro e não saíram. Saíram mortos. Porque eles não tiveram o cuidado adequado. Isso acontece frequentemente”, afirmou um médico da unidade, não identificado na reportagem.
Liminar e Morte
A reportagem ainda abordou o caso da paciente Alaíde Ventura da Silva, 62 anos, que tinha dois aneurismas cerebrais e a filha havia conseguido na Justiça uma decisão liminar que obrigava o hospital a realizar o tratamento.
Ao final da matéria, a seguinte fala: "Lembra de Dona Alaíde, que mostramos no início desta reportagem? Ela tinha conseguido uma liminar para ser operada, mas o hospital não fez a cirurgia. Na última quarta-feira, o outro aneurisma que tinha no cérebro se rompeu. E ela morreu no dia seguinte. No velório, a tristeza da filha, que lutou durante 40 dias para salvar a vida da mãe".
Também na nota encaminhada à imprensa hoje, a Prefeitura disse que este caso será apurado. “A paciente de Acorizal já havia passado pelo exame de angiografia, o que era responsabilidade da prefeitura de Cuiabá, e estava internada no Pronto-Socorro Municipal enquanto aguardava a transferência para o Hospital Geral Universitário (HGU). Como a regulação é responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde, a sindicância da Prefeitura vai buscar informações das razões da cirurgia não ter sido realizada”, diz outro trecho do documento.
Confira íntegra da reportagem exibida no Fantástico e a nota da Prefeitura:
O prefeito Mauro Mendes determinou nesta segunda-feira (26), durante reunião com a cúpula da Secretaria Municipal de Saúde, a instauração de uma sindicância para apurar denúncias veiculadas pela imprensa acerca de suposta falta de médicos na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, bem como a acusação de “orientação superior” para que os médicos lotados na unidade alterassem as declarações de óbito de pacientes fatais.
A sindicância vai apurar também as circunstâncias do óbito da paciente de Acorizal, região metropolitana de Cuiabá, Alaíde Ventura da Silva, 62, ocorrido no último dia 22 de maio.
A comissão terá três dias para apresentar suas conclusões ao prefeito.
Conforme a Secretaria de Saúde, a paciente de Acorizal já havia passado pelo exame de angiografia, o que era responsabilidade da prefeitura de Cuiabá, e estava internada no Pronto-Socorro Municipal enquanto aguardava a transferência para o Hospital Geral Universitário (HGU), único hospital de Mato Grosso credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de cirurgias neurológicas.
Como a regulação é responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde, a sindicância da Prefeitura vai buscar informações das razões da cirurgia não ter sido realizada, tanto na Secretaria Estadual, quanto no Hospital Geral Universitário.