Ao final da audiência instrutória realizada nesta sexta-feira (15), na qual o ex-deputado José Riva confessou a prática de corrupção e o recebimento de propina, cinco deputados estaduais citados por ele serão investigados. A confirmação foi feita pelo promotor de justiça, Samuel Frungilo, que pediu o compartilhamento das oitivas. O pedido foi feito à juíza Selma Roane Santos Arruda, titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Foram citados por Riva, nominalmente, como possíveis beneficiados com a propina os deputados Mauro Savi (PR), Dilmar Dal Bosco (DEM), Guilherme Maluf (PSDB) que é o atual presidente da Assembleia e a ex-deputada Luciane Bezerra (PSB) que exercia a função de parlamentar até dezembro de 2014 e Romoaldo Júnior.
Gilmas Fabris (PSD) e Romoaldo Júnior (PMDB) já são investigados desde 2015 em inquéritos sigilosos pelo Ministério Público que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por suspeita de participação em esquema criminoso de desvio de R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa do Estado. Agora outros parlamentares deverão ser inclusos nas investigações originárias da Operação Ventríloquo.
Durante a audiência, o advogado Júlio César Rodrigues Domingues, réu na ação penal ao lado de Riva e mais dois, também detalhou a participação de Romoaldo. Domingues afirmou que Romoaldo exigiu R$ 500 mil para orientar o advogado sobre como proceder para receber uma dívida milionária que a Assembleia Legislativa devia, desde 1999, ao banco HSBC.
Riva afirmou que Romoaldo foi beneficiado com mais de R$ 1 milhão e que o dinheiro foi depositado em diversas contas de empresas e pessoas indicadas pelos parlamentares e assessores diretos deles.
Também são réus na ação penal o ex-procurador geral da Assembleia, Anderson Flávio de Godoi e o ex-secretário geral, Luiz Márcio Bastos Pommot. Eles foram interrogados na audiência, mas negam envolvimento no esquema.