Somente neste último mês de março, cinco pessoas foram vítimas de afogamento em três casos, sendo que as vítimas, todas eram crianças. O oficial do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, tenente Janisley Teodoro, recebeu o Circuito Mato Grosso para uma entrevista e orientou os banhistas para o risco de afogamento e o que se dever fazer em situações como estas.
No dia 27 de fevereiro quatro crianças estavam pescando na beira do Rio Guaporé, quando um garoto de oito anos caiu na água, em seguida, seu primo de 10 também entrou no rio, na tentativa de resgatá-lo. Os dois acabaram se afogando. O Corpo de Bombeiros realizou buscas por dez dias, porém não obtiveram êxito em localizar as crianças e as buscas se encerraram no dia 9 de março.
No dia 12 do mesmo mês, uma menina de 11 anos se afogou no Rio Garças, no município de Barra do Garças (500km de Cuiabá-MT). Um casal foi com a sobrinha para a praia do Bosque. Apenas o rapaz, cujo nome não foi informado, sabia nadar e as duas acabaram caindo em um canal. Eles tomavam banho sem boia e o nível do rio está bem acima da média, com profundeza de até 12 metros.
Já nesta última terça-feira (21) duas irmãs de 10 e 12 anos morreram afogadas enquanto nadavam em uma represa na cidade de Paranatinga (387 km da Capital). A família estava reunida no local e, segundo o pai das meninas, elas se afogaram e logo afundaram. Ele tentou resgatá-las, porém não obteve êxito. O Corpo de Bombeiros foi acionado e iniciou as buscas na represa. Os corpos das garotas foram encontrados no início da noite do mesmo dia.
O tenente Teodoro disse da importância de uma criança estar sempre com um adulto por perto, quando estiver em ambiente aquático (rios, lagos, represas e piscinas).
“As crianças devem sempre estar sob supervisão de um adulto e é interessante também que esse adulto tenha alguma habilidade de natação para se preciso for, realizar um salvamento. As crianças devem estar utilizando equipamentos de proteção, como coletes salva-vidas”, informou.
Ainda de acordo com o tenente, as boias de braço não são indicadas, pois não apresentam segurança às crianças.
“A boia de braço limita a mobilidade e não protege a vítima de correnteza e a mesma pode vir a ficar com a cabeça pra baixo, dessa forma, a boia não ter serventia alguma. A idade mínima para o uso de colete é três anos de idade, abaixo disso, a criança deve estar sempre com um responsável no colo”, completou.
Uma dica do oficial é sempre notar condições climáticas e prestar atenção nos rios, principalmente em épocas de muita chuva, pois lugares que costumam ser rasos, com o volume de chuva, podem ficar fundos.
Entre os rios e lagos que devem estar em alerta na região metropolitana, ele cita o lago de Manso, Passagem da Conceição e, principalmente, o Rio Cuiabá, como um todo – que é um dos rios com muito procura.
Em caso de afogamento o oficial dá algumas dicas de como proceder ao resgate da vítima afogada.
“A primeira atitude é manter a calma, tanto da vítima, quanto de quem vai tentar realizar o resgate. É importante que a pessoa que vai salvar o afogado, tenha noção de resgate, caso contrário é indicado realizar o salvamento com outros meios”, explica o tenente Teodoro.
Entre os objetos que ele cita como útil para salvamento estão tampas de isopor que flutuam, duas garrafas pets tampadas e amarradas com um cadarço ou algo similar que viram boia. Também é indicado jogar uma corda para puxar a vítima para a beira do rio.
“Não é indicado tentar resgatar a vítima se ela estiver muito agitada e nervosa, mesmo se a pessoa souber nadar, pois aí quem estiver realizando o resgate se coloca em uma situação de risco. No intuito do afogado se salvar e respirar, acaba jogando a outra pessoa para o fundo da água e a pessoa se torna uma segunda vítima de afogamento”, alerta o tenente.
O Corpo de Bombeiros possui um grupamento de mergulho que está localizado no 1º Batalhão dos Bombeiros.
Esse grupamento atua em buscas de vítimas de afogamento eM que o corpo permanece submerso. Esses resgates geralmente são realizados nas primeiras 24h em que a vítima se afogou. A equipe de buscas também atua com cães nas margens dos rios para aprimorar as buscas.
Para finalizar o tenente reitera que álcool e atividades aquáticas não combinam e que as pessoas sempre devem ter atenção redobrada nos rios.
“Saliento os cuidados com crianças em ambientes aquáticos, usar sempre equipamentos de segurança, aos adultos não fazer o uso de bebidas alcóolicas, observarem as condições meteorológicas antes de entrar na água, profundidade, correnteza e se não conhecer o local não se arriscar, e evitar pular de “bico” em águas turvas, pois não se sabe a profundidade ou o que tem embaixo e pode bater a cabeça, causando um dano maior”, finaliza o oficial.
O telefone para emergência do Corpo de Bombeiros, é 193.