O garoto estava em uma área proibida, próximo à jaula do felino na hora do ataque. Ele ficou gravemente ferido e precisou ter o braço direito amputado na altura do ombro. Segundo o Hospital Universitário (HU), o menino deve passar por uma avaliação médica ainda nesta terça-feira e a alta está prevista para quarta (6).
Marcelo Santos, que mora em São Paulo, foi um dos poucos que apareceu no local para visitar o tigre. Ao G1, ele disse que já tinha vontade de conhecer o zoo e que fez questão de ver o animal de perto após a repercussão do caso. "Acho que a grade deveria ser mais alta. Em São Paulo é bem mais longe a jaula dos visitantes", relatou. Mesmo assim, ele argumentou que traria o filho sem problemas.
O curitibano Gustavo Sotel chegou bem próximo da jaula e disse não sentir medo. "Ele tá no espaço dele, e eu no meu. Não tem porque ter medo", disse.Em entrevista ao Fantástico, o pai do menino, Marcos Carmo Rocha, disse que a primeira coisa que o filho falou depois do acidente foi um pedido para que ele não matasse o tigre. "Sabe o que ele gritou, a primeira hora que ele falou que estava sem o braço? Ele falou assim: 'não mata o tigre'. Sem o braço! Ele só pensou no tigre em primeiro lugar".
Rocha diz que não viu o filho pular a cerca para se aproximar do leão, mas que o viu com o animal e achou a situação tranquila. "Quando eu vi a situação, eu vi que estava sob controle. O leão estava muito tranquilo com ele e as pessoas envolvidas com a situação de certa maneira assim, gostando, eu digo. O leão estava muito manso, eu estava prestando atenção nele, cuidado dele, com o pequeno no colo, mas achei uma situação tranquila.
O veterinário do zoológico, Valmor Passos afirmou que o animal é dócil, desde que tenha o espaço dele respeitado, evitando a proximidade e movimentos bruscos. No momento do ataque, ele acredita que o felino tenha se sentido confrontado com a presença e algumas atitudes do menino. "Ao correr de um lado para o outro, e urinar na grade de proteção, o tigre está demarcando o território dele, mostrando que ali é área dele", explicou Passos.A Polícia Civil investiga se o acidente em Cascavel foi causado por omissão do pai, ou da guarda do zoológico. Eles podem responder pelo crime de lesão corporal, de acordo com o andamento do inquérito.
Danos morais e materiais
O advogado Yvan Gomes Miguel, que defende o pai do menino, disse na segunda-feira que vai processar a prefeitura da cidade por danos morais e materiais. "Estamos aguardando a chegada de algumas peças e oitivas. Em até dez dias vamos entrar com uma ação civil. A gente entende que a culpa exclusiva, do ponto de vista jurídico, é do zoológico, mantido pela prefeitura", diz.
Segundo Miguel, o zoológico não ofereceu a segurança necessária para os visitantes.Eu rebato a alegação do representante do zoológico, você imagina um motorista alcoolizado a 200 km/h que sobe na calçada e atropela um pedestre e que alega que o veículo está legalizado, acrescenta.Procurada pelo G1 nesta terça, a Prefeitura de Cascavel informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar antes de ser notificada. Já o veterinário do zoológico Valmor Passos disse que o zoo está regulamentado conforme as normativas do Ibama.
G1