Diminuiu o número de alunos que conseguiram tirar a nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e aumentou a quantidade daqueles que tiraram zero no último ano. O acesso às notas do Enem 2016 foi liberado nesta quarta-feira (18).
Em 2016, só 77 participantes do exame conseguiram alcançar nota mil na redação, segundo o Ministério da Educação (MEC). O número é menor do que o registrado no ano anterior, quando 104 candidatos conseguiram nota máxima. Em 2014, foram 250 redação com notas mil.
Aumento das notas zero
Embora o MEC tenha adotado critérios diferentes de divulgação entre 2015 e 2016, os dados apontam que houve aumento no total de alunos que ficaram com nota zero. Em 2015, 53 mil participantes ficaram nesta situação.
Nesta edição, 84.236 ficaram com nota zero por causa de um dos seis motivos abaixo:
Além disto, nesta edição, houve ainda 206.127 mil pessoas que ficaram com nota zero por causa do não comparecimento ao segundo dia de provas, ou por deixar a redação em branco.
O principal motivo para a anulação (46.874 candidatos) foi fuga ao tema. Quase 5 mil alunos tiveram seus textos desconsiderados pela banca examinadora por ferir os direitos humanos, impeditivo previsto em edital.
O MEC não divulgou detalhes sobre os motivos da anulação em 2014.
A média total dos participantes do Enem 2016 também caiu em ciências da natureza e ciências humanas e subiu em linguagens e matemática.
Média geral nas quatro áreas
Em linguagens e códigos, a nota média total foi de 520,5 pontos. No ano passado, a média foi 505,3 pontos. Em 2014, a nota foi 507,9 pontos.
Em matemática, a média foi 489,5 pontos, sendo que nos anos anteriores havia sido de 467,9 (2015) e 473,5 (2014).
Em ciências da natureza, a média caiu de 478,8 (2014) para 477,1 pontos.
Já em ciências humanas, no ano passado a nota foi 558,1 pontos. Agora, ela ficou em 533,5 pontos.
Tema da redação
O tema cobrado na última edição do Enem foi "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil". No dia da prova, em 6 de novembro, o G1 ouviu professoras de redação do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Campinas (SP), que listaram dicas e estratégias para não perder pontos na prova de redação.
Entre elas estavam: não focar nos 'caminhos' de combate à intolerância, fazer proselitismo e não se manter neutro e ficar só na superfície do tema. Além disso, a colunista do G1, Andrea Ramal, produziu uma redação modelo sobre o tema. Nas redes sociais, internautas se dividiram entre elogios ao assunto e o apontamento da polêmica que ele pode criar entre os adeptos de diferentes credos.
Na aplicação do Enem adiado, feito nos dias 3 e 4 de dezembro, o tema da redação foi "Caminhos para combater o racismo no Brasil". Na edição do Enem aplicada para pessoas privadas de liberdade, o tema da prova de redação foi "Alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil".
Fonte: G1