Em palestra realizada na manhã desta segunda-feira (15), no VI Encontro Indígena, organizado pelo Museu Pré-História Casa Dom Aquino, Daniel, que faz parte da etnia indígena Munduruku, falou da situação do índio hoje no Brasil.
Segundo o acadêmico, que é Doutor em Educação pela USP e tem mais de quarenta livros publicados, a sociedade oprime os índios há séculos, com políticas públicas precárias, e que os problemas, como falta de saúde, educação e etc, entre os povos nativos, existem já há muito tempo.
“É responsabilidade do Estado Brasileiro a implantação de políticas públicas. Sofremos violências há vários séculos, pois dizem como devemos nos vestir, nos portar e viver. E quando você obriga alguém a deixar de ser o que é, você esta violentando-a. Problemas sempre existiram, mas eram todos empurrados para baixo do tapete. A educação, por exemplo, é de extrema importância. Mas hoje só cinco mil índios estão na universidade”, disse ele.
Vários membros das etnias Bororo, Baikiri, Xavante, Carajá, Kuikuro, Waurá e Merrinano estavam presentes no evento.
Ageu é líder dos Xavantes da Aldeia Sangradouro, em Primavera do Leste, há 237 km da capital. O jovem destacou a boa convivência que possui com proprietários de terras na região, mas lamentou um problema bem comum, que também atinge o ‘homem branco’.
“Alguns membros da nossa aldeia possuem problemas com alcool”, relata ele.
A Secretária de Cultura do Estado, Janete Riva, também esteve no Encontro. Perguntada se há constrangimento sobre as recentes declarações de seu marido, o deputado estadual José Riva (PSD), que disse ser contra a criação e ampliação de terras indígenas, Janete se esquivou.
“Não há constrangimento. Meu papel é cuidar da cultura”, afirmou ela.
O VI Encontro Indígena vai até sexta-feira (19), e contará com apresentações artísticas, culturais, venda de artesanato e palestras sobre a influencia e as demandas do povo indígena na sociedade, todos realizados no Museu Pré-História Casa Dom Aquino, que fica na Av. Beira Rio s/nº, em frente ao estacionamento da UNIC. A entrada custa R$ 5,00. Trazendo um quilo de alimento não perecível, paga-se metade do valor, R$ 2,50. A comemoração é realizada pela Eletronorte e Eletrobras.
Por Diego Frederici – Da redação
Fotos: Diego Frederici