A Prefeitura de São Paulo instalou faixas para alertar a população sobre os riscos do transporte por mototáxi. Elas foram colocadas na Avenida Tiradentes, no Bom Retiro, região central da cidade, onde uma passageira de moto por aplicativo morreu. O acidente ocorreu na noite de sábado. A vítima foi atropelada após cair da motocicleta.
“A CET registrou neste local a morte de uma passageira que usava o serviço de mototáxi da empresa 99. O serviço de mototáxi é proibido – Preserve a vida”, diz a faixa. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o objetivo é conscientizar os munícipes.
Conforme o registro policial, o acidente teria sido causado pelo ocupante de outro veículo, que abriu a porta e atingiu a moto. O serviço de transporte de passageiros por moto estava proibido pela Prefeitura na capital, mas operava sem fiscalização, à espera de esclarecimentos da Justiça. Na ocasião, a 99Moto disse que ofereceu suporte integral aos envolvidos e colaborou com as investigações do caso.
De acordo com a CET, em 2024 a cidade gastou cerca de R$ 35 milhões com vítimas de acidentes de moto. “Foram 4.084 internações hospitalares na rede municipal de saúde em decorrência de motociclistas em acidentes de trânsito. Até março de 2025, são 1.026 internações”, acrescentou.
Procurada sobre a instalação das faixas, a 99 não se manifestou até as 17 horas. Para a TV Globo, disse que a faixa era “desrespeito e oportunismo” do governo municipal com “mais uma vítima do trânsito paulistano”.
A faixa motivou queixas também da família da vítima, Larissa Barros Torres, de 22 anos. Carlos Alberto Torres, tio de Larissa, criticou a Prefeitura, afirmando que o aviso foi de “extremo mau gosto”. “Queria que o prefeito não usasse o luto, a dor das pessoas para se autopromover”, afirmou à TV Globo. “Quando eu procurei a imprensa foi para relatar a imprudência de dois jovens bêbados dentro de um carro, que abriram a porta de um carro em plena Avenida Tiradentes e ocasionaram a morte da minha sobrinha”, afirmou Torres. “A briga entre a Prefeitura e a 99, eu não tenho nada a ver com isso.”
JUSTIÇA
Na segunda-feira, em mais um capítulo da batalha em que se transformou a oferta de mototáxi em São Paulo, a Justiça voltou a determinar que as empresas Uber e 99 suspendam o serviço de transporte de moto por aplicativo na capital paulista. O despacho é assinado pelo desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado (TJSP), e prevê multa de R$ 30 mil por dia em caso de descumprimento. Procuradas, as empresas afirmaram que acataram a decisão do Judiciário e suspenderam a atividade.