Em Los Angeles, Emma deu uma entrevista e na verdade foi ela quem começou as perguntas. Antes de entrar na sala cada jornalista recebeu um formulário de questões sobre a importância dos meios de comunicação nos dias de hoje. Na hora de iniciar a conversa ela pede: "Você respondeu o questionário né? Então posso tirar uma foto sua?". Os papéis pareciam invertidos, mas logo explica: "Vou me formar na faculdade em maio e estou terminando meu projeto final sobre mídia, então preciso colocar sua foto junto com as perguntas". Emma vai se formar em Língua Inglesa depois de frequentar por cinco anos a Brown University, uma das mais renomadas dos Estados Unidos e a sétima mais antiga do país.
"Me sinto muito sortuda de poder ter passado por essa experiência incrível", diz ela deixando o celular e o saco de balas de ursinho de lado, para agora começar a entrevista.
Equilibrar trabalho, estudo e vida pessoal, para ela não é problema.
"Acho que é só uma questão de a gente aprender a gerenciar nosso tempo. Sinto que não posso deixar algumas coisas para depois, então vou de um projeto a outro e claro, tento aproveitar tudo o máximo possível". Tudo mesmo: a formanda é também modelo há cinco anos, escreve incansavelmente seus diários antes de dormir (já tem uns 30!), e carrega o peso de ser uma criança famosa que virou símbolo sexual.
Em 2013 foi eleita a atriz mais sexy do mundo numa pesquisa da revista Empire. "Prefiro não pensar sobre isso", diz ela com um sorriso tímido.
Noé
Emma conta que ao interpretar a nora de Noé teve sua primeira experiência em um papel onde realmente é uma mulher, e não mais uma menina: "Acima de tudo o que mais pesquisei foi sobre como é ter um bebê, o que se sente, a relação com o filho, queria ser convincente", diz ela. A atriz estava curiosa para ver como o diretor Darren Aronofsky (Cisne Negro) iria transformar a história, que ocupa pequenos parágrafos da Bíblia em um longa-metragem: "Apesar de não seguir uma religião específica, acredito numa força maior e me interessa muito os estudos religiosos. Acho que fazem parte da nossa história cultural".
Inesquecível
Emma tinha nove anos quando foi escolhida para ser Hermione Granger da série Harry Potter, um dos maiores fenômenos da história do cinema que teve faturamento de US$ 8 bilhões ao redor do mundo. "Devo tudo a minha família, que foi quem me amparou, encorajou, me ajudou nas decisões difíceis e sempre me lembram de quem eu sou, de onde vim, das minhas raízes", conta.
Além de estar rodando o mundo para divulgar Noé, em abril ainda começa a gravar o novo filme do diretor Alejandro Amenábar, Regression (ainda sem título em português), e já tem na agenda projetos com o mexicano Guillermo Del Toro (Círculo de Fogo), Stephen Chbosky (com quem fez As Vantagens de Ser Invisível), e com o produtor de Harry Potter, David Heyman.
"Gosto de escolher projetos que me amedrontam. Sempre que começava a filmar Harry Potter ficava apavorada com a responsabilidade e continuo assim, sempre querendo grandes desafios". Nas últimas semanas também surgiram rumores de que Watson estaria negociando para interpretar Ariel, na nova versão de A Pequena Sereia, dirigido por Sofia Coppola.
No tempo livre está no Twitter: "Sei que muita gente usa as redes sociais para divulgar seus selfies ou o que come no café da manhã. Mas vejo as redes sociais como uma ferramenta poderosa para se comunicar diretamente com minha audiência. Em segundos é possível fazer com que milhões de pessoas leiam, compartilhem algo que você queira dividir com eles. Acho que é bobo não querer se envolver com isso quando parte do seu trabalho é promover o que você faz. Meus fãs me apoiam, se interessam por aquilo que estou fazendo e me sinto muito sortuda por poder me relacionar desta maneira com eles", diz.
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