Os participantes fecham a avenida Faria Lima, da altura da cardeal Arco Verde até a avenida Rebouças, em ambos os sentidos. Por volta das 18h20, o movimento se dividiu. Um parte seguiu a avenida Faria Lima e a outra subiu a avenida Rebouças. Outro grupo seguiu pela ponte Eusébio Matoso e, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), fechou a marginal Pinheiros, no sentido Interlagos.
Nenhum registro de confronto entre manifestante e policiais foi notificado na primeira hora do ato, que começou por volta das 17h. Segundo o 14º DP, região de Pinheiros, até às 18h21, não havia sido registrado nenhum boletim de ocorrência vinculado ao protesto.
Até às 16h30, mais de 268 mil pessoas confirmaram, na página do ato no Facebook, participação na manifestação. "Não é comício, fora partidos", gritavam os participantes durante a concentração do ato no largo da Batata, ao pedirem para que militantes dos partidos PSTU e Psol não exibam suas bandeiras na passeata.
Além de gritos e cartazes contra o aumento da tarifa de ônibus, que subiu de R$ 3 para R$ 3,20, os manifestantes exibiam cartazes contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC).
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) se comprometeu a respeitar o caminho escolhido pelo movimento. O secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, afirmou ainda antes do início do protesto que a tropa da PM não portará armamento com balas de borracha, e que "não serão tomadas medidas para dispersão da manifestação". "Ações contra infratores serão tomadas de maneira pontual. Acho que hoje não será nem preciso o uso do vinagre", declarou.
O quarto protesto
Com o endurecimento da repressão por parte da Polícia Militar, o quarto ato contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, realizado na última quinta-feira (13), terminou sendo o mais violento da série de manifestações ocorridas na cidade nos últimos dias.
Cerca de 40 pessoas foram detidas antes mesmo de o protesto começar. Antes do início do ato, manifestantes e jornalistas que carregavam vinagre –como o repórter Piero Locatelli, da 'Carta Capital' para reduzir os efeitos de bombas de gás lacrimogêneo foram detidos, sob a alegação da PM de que o produto pode ser usado para fabricar bombas caseiras.
Segundo o Movimento Passe Livre, que organizou a manifestação, pelo menos cem ficaram feridos. Entre os feridos, sete são jornalistas da Folha de S.Paulo. A repórter Giuliana Vallone, da TV Folha, foi atingida no olho por uma bala de borracha disparada por policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Outro repórter da Folha, Fábio Braga, também foi atingido no rosto por disparos de bala de borracha no centro da cidade. Giuliana subia a rua Augusta registrando o protesto quando foi atingida.
Fonte: Uol
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