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Anvisa aciona agências internacionais e lança edital para garantir oferta de antídoto a metanol

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras internacionais para garantir a disponibilidade do medicamento fomepizol, indicado como antídoto para intoxicação por metanol. Há pelo menos 53 casos de contaminação em investigação em São Paulo, cinco em Pernambuco e um no Distrito Federal.

Em nota, a Anvisa informa que consultou as agências da Argentina, México, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália sobre a autorização de comercialização do fomepizol em seus respectivos países.

A medida é uma forma de acelerar a análise e aprovação de novos fornecedores, uma vez que aqueles aprovados por agências parceiras passaram pelo trâmite destas para comprovar a segurança e eficácia do produto.

Também foi publicado um edital para identificar fabricantes e distribuidores internacionais com disponibilidade imediata de fornecimento do medicamento ao Ministério da Saúde.

O objetivo, diz a Anvisa, é acelerar a aquisição do produto e garantir o atendimento aos pacientes no menor tempo possível.

A iniciativa responde a um ofício de urgência enviado pelo ministério, solicitando a publicação do edital.

Alternativa emergencial

Em caráter emergencial, a Anvisa afirma que trabalha na identificação de farmácias de manipulação e laboratórios farmacêuticos aptos à preparação de etanol grau farmacêutico, que pode ser considerado como alternativa terapêutica ao fomepizol, caso necessário.

“A agência realizou um levantamento nacional dessas farmácias e está pronta para adotar medidas regulatórias que viabilizem a produção do etanol manipulado, caso essa estratégia seja aprovada pelo Ministério da Saúde. Foram identificadas 604 farmácias de manipulação aptas”, diz o órgão.

Análises laboratoriais

A Anvisa também informa que está em contato com os laboratórios da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária para definir o fluxo de coleta e envio de amostras suspeitas de contaminação.

Até o momento, foram identificados três laboratórios com capacidade para esse tipo de análise: o Lacen do Distrito Federal, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS, da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

A agência também está em tratativas com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para estabelecer cooperação e ampliar a capacidade de testagem das amostras.

“As orientações para envio de amostras pelas Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais serão divulgadas em breve”, afirma a Anvisa.

O que fazer em caso de suspeita de intoxicação?

A principal recomendação é procurar atendimento médico imediatamente assim que surgirem os primeiros sinais.

As manifestações mais comuns logo após a ingestão da substância são similares aos de uma embriaguez, como fala pastosa e reflexos diminuídos.

Algumas horas após a ingestão, entre 12h e 24h, surgem efeitos mais graves, como náuseas, vômitos, tontura, fraqueza e dor abdominal.

A contaminação também provoca alterações no sistema nervoso central que podem variar da sonolência até a perda da visão, uma das principais particularidades do consumo de metanol.

Ao chegar à unidade de saúde, o Ministério da Saúde recomenda que a pessoa informe que consumiu bebida alcoólica e explique o contexto. “O ideal é que o paciente relate, por exemplo, se esteve em uma festa antes de procurar atendimento no SUS, que tipo de bebida ingeriu, se havia rótulos nas embalagens e qual foi o horário da ingestão”, orienta, em nota.

Estadão Conteudo

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