Política

Antônio Joaquim defende Moro para ocupar cargo no STF

Presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), conselheiro Antônio Joaquim, defende a nomeação do juiz federal Sérgio Moro para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a morte do ministro Teori Zavascki. Em nota publicada na noite desta quinta-feira (19), ele disse que a escolha de Moro para o cargo seria uma resposta rápida do governo para o trâmite da Operação Lava Jato, e também evitaria “teoria de conspiração”.

“Seria uma solução rápida e melhor vacina contra qualquer teoria de conspiração. Além de levar para o Supremo um magistrado que simboliza o clamor da sociedade brasileira no enfrentamento da corrupção", disse.

Segundo ele, tanto o ministro Teori Zavascki quanto o juiz Sérgio Moro vinham conduzindo com “rigor e competência”, em suas instâncias respectivas de atuação, em análise e deliberação de processo oriundos da Lava-jato. Por isso, a indicação de Moro para o STF seria bem aceita pelo povo brasileiro e por profissionais do direito.

Antônio Joaquim ainda começou os boatos de teorias por trás do acidente aéreo que vitimou o ministro Teoria Zavascki, relator de processos na Suprema Corte sobre a Lava Jato, e outras três pessoas no fim da tarde desta quinta-feira (19) em Paraty (RJ).

“Em política, às vezes, as versões são maiores que os fatos e, inevitavelmente, vai se questionar o motivo e levantar suspeitas sobre o acidente aéreo que vitimou o ministro Zavascki. O Brasil perde um grande ministro, que vinha se destacando no STF. Todos aguardavam as informações da delação da Lava-jato que o ministro conduzia”.

Horas depois do anúncio da morte de Zavascki, ministros do STF avaliavam que a Lava Jato vai desacelerar devido à interrupção dos trabalhos, afora a espera pela definição de um novo relator dos processos. Um ministro ouvido pela Folha de São Paulo disse que a morte o relator “atingiu-se o coração da Lava Jato”.

A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, disse nesta que ainda não estudou como ficará o andamento dos processos da Operação Lava Jato. “Não estudei nada por enquanto. A minha dor é humana, como eu tenho certeza é a dor de todo brasileiro por perder um juiz como esse".

Na terça-feira (17), o ministro Zavascki determinou que as primeiras diligências nas petições sobre a homologação dos acordos de delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht na Operação Lava Jato. Ele despachou em pelo menos dez dos 77 documentos que chegaram à Corte em dezembro.

Entre os depoimentos dos delatores, figura o do empresário Marcelo Odebrecht, condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 19 anos e quatro meses de prisão por crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Nos depoimentos, o empreiteiro citou nomes de políticos para quem ele fez doações de campanha, que teriam origem ilícita.

Ontem, representantes da empresa também disseram haver preocupação que morte do ministro atrase as negociações de delações e a consequente ouvidoria dos colaboradores. 

Redação

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