Opinião

Ano novo, vida nova: ser maripuara

Quem ensinou aos indígenas da etnia Maraguá a forma de ser maripuara foi seu Deus supremo Monãg. O povo indígena Maraguá (mará: tacape; guá: gente – gente ou nação do tacape), pertence ao tronco linguístico Aruak. É falante da língua homônima, com grande presença de uma outra língua – a Nhengatu. Vive na região do rio Abacaxis, abrangendo as cidades de Nova Olinda do Norte e Borba, no Amazonas,
denominada de Maraguapajy. Por longas datas foi dado por extinto e seus membros passaram a integrar o povo Sateré-Mawé, pois compartilham histórias comuns, ainda que com fortes diferenças étnicas.
Mas, o que é a forma de ser maripuara? É o indígena Elias Yaguakãg, escritor, professor e artista plástico, quem responde: “Se você é uma pessoa feliz e agradece pela sorte que recebeu, você é um garoto ou uma garota maripuara. A felicidade individual só tem sentido, se contribuir para a felicidade do grupo. E que pessoas felizes, sem rancor no coração, formam com os outros seres da natureza, uma forte corrente de harmonia e solidariedade”. Percorrer o ano que se inicia, imbuídos no sentimento maripuara e na dica do historiador “careca de saber”, Leandro Karnal, pode ser um bom começo: “mudar é muito difícil, mas não mudar é fatal”. E, ao ouvi-lo, prestemos à atenção na poesia do espanhol Modernista Antonio Machado (1875-1939): “Caminante, son tus huellas/ el camino y nada más/ Caminante, no hay camino/ se hace camino al andar./ Al andar se hace el camino/ y al volver la vista atrás/ se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar./ Caminante no hay camino/ sino estelas en la mar”. Já que não há caminho, que em 2020 possamos construir um andar coletivo a semear felicidade. Caminho se faz ao andar, com roupas coloridas de maripuara.

Redação

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