Foto Ahmad Jarrah
A juíza titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, afirmou que o ano de 2017 será um ano bastante turbulento para a Justiça de Mato Grosso. “Existem muitas investigações pendentes que deverão ser finalizadas e muitas ações penais que devem ser oferecidas pelo Ministério Público,” disse. A afirmação se deu em entrevista a Rádio Capital FM, na manhã desta segunda-feira (16).
Durante a entrevista, que foi realizada pelo telefone, a magistrada não descartou a possibilidade de novas prisões, dependendo de requerimento do Ministério Público. Rosane ainda previu que as primeiras fases de operações como a “Sodoma”, e outras operações, devem ser finalizadas ainda neste ano.
Processos contra Riva
Sobre os processos que tramitam na Sétima Vara contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), José Geraldo Riva, a juíza afirmou que neste ano deverão ser finalizados alguns processos contra Riva. “Vamos ter a oportunidade de prestar contas para a sociedade sobre esses processos. Declarar afinal de contas no que é culpado e no que é inocente”, pontuou a magistrada.
Pedidos de suspeição
Para a Selma Rosane, os pedidos de suspeição contra ela estão sendo utilizados como uma “estratégia baixa de defesa”, mas que não a afeta pessoalmente. Para ela, essa estratégia “nem sempre é ética”. “Essa estratégia de atacar e desestabilizar o juiz nem sempre é ética. Aqui na vara, isso não tem sido usado corretamente”, criticou.
Aposentadoria
Questionada sobre a possiblidade de se aposentar, a juíza disse ainda estar na “corda bamba” e que não sabe se conseguiria se acostumar à vida de aposentada. Ela disse ainda que poderia se aposentar ainda neste ano, no mês de agosto e que familiares e amigos tem a aconselhado a fazer essa escolha. No entanto, a juíza disse que pretende concluir as investigações e processos que deu início. “Até em respeito aos réus, testemunhas e as provas que foram produzidas, e depois então me aposentar. Mas o certo ainda é que não decidi nada a respeito”, pontuou.
Vida política
Selma Arruda afirmou ainda que caso opte por se aposentar, não descarta a hipótese de tentar alguma coisa na vida política, mas que essa é a última das hipóteses. Porém, se ela fosse pensar seriamente no assunto, a juíza afirmou que seria numa carreira que “possibilitasse melhorar o processo penal”, ou seja, uma vaga no Poder Legislativo, como deputada federal ou senadora em Brasília.
Segundo a juíza, existem muitos percalços para conseguir resultados no processo penal, que as pessoas reclamam que a justiça não funciona, mas não sabem por que. Apesar de não pensar em entrar na política, a magistrada afirmou que não quer que a chamem de mentirosa, caso opte pela vida política e que sente que “poderia ser útil”.
“Toda pessoa, todo cidadão tem esse direito, então se um dia eu mudar de ideia e resolver me candidatar não quero que digam: ‘ela é mentirosa, por que antes ela dizia que não queria e agora resolveu que sim, por que ela já agia pensando nisso”, concluiu.