Opinião

Analfabetos x elite

Na atualidade nós nos defrontamos com escandalosos números de analfabetos. Em 2013 conforme os dados da pesquisa sobre a população de Mato Grosso, em se tratando de educação Nacional por amostra de domicílio (PNAD) os jovens com idade superior a 15 anos, eram 7,8% analfabeta. Necessitamos refletir e questionar com as autoridades locais a relevância de minimizar o analfabetismo.  Então todos devem atentar para o índice de jovens que necessitam saber: ler, escrever e interpretar o texto. E, mais ainda no cenário nacional a pesquisa traz a lume que 8,3% dos jovens brasileiros não são detentores de conhecimentos básicos de leitura, estes números apresentados pelo PNAD reflete que 13 milhões de cidadãos que estão no mundo do obscurantismo: mundo este que representa o verbo de negação: não entendi e não sei interpretar um texto, é cruel.  De longa data detectamos que o processo cultural não foi prioridade dos gestores, e parece-nos que não está na agenda. Aqui está o depoimento de uma sobrevivente solitária, contudo vencedora do analfabetismo, habitava do interior do Estado, também retrata o cenário que podemos chamar de: “ de um período obscuro” Nilo Alves Bezerra (2015). Claramente podemos afirmar que: Cultura é iluminação e rompimento de fronteiras para a globalização.

Segundo depoente – “D” em 2010, “(…) estudei um Tim tinho, aquela ‘letração’ do governo, vinha de seis em seis meses (…) Mobral não era ruim mais ficava só nesse, não passava de ano (…)desisti do Mobral. (…) leio tudo, até jornal, fiquei cinquenta anos analfabeta (…) eu era louca para aprender, aprendi a assinar o nome sozinha, eu via os outros escrever, eu chorava de vontade de escrever, (…)eu passava ano sozinha porque eu ia lendo às coisas. ”.  A prova da omissão e descaso para com os jovens estão nas imagens e quantidades de bibliotecas fechadas no Estado. São raras as bibliotecas que têm espaços atraentes para permanência dos cientistas ou pesquisadores, como exemplo: Saber Com Sabor, localizada na rua São Sebastião, Bairro Popular, Cuiabá-MT. 

Foto: Graci Ourives de Miranda, 20/08/2017

O Promotor, MT – Domingo Sávio, 2001, que em defesa dos espaços e praças públicas, diz: “(…) conservação das praças, com todos os seus atributos, pode ser o ponto de partida numa grande cruzada de resgate da qualidade de vida nas cidades”.

Os números de analfabetos anônimos são transparentes quando existe votação em que é transmitida através dos meios de comunicação.  Evidencia o quanto é importante para eles a permanência do analfabetismo brasileiro.  O mundo do: saber ler, escrever e interpretar o texto, é prioridade e direito de todo cidadão.  O estado de Mato Grosso é grandioso e oferece oportunidades. Porém há alguns políticos$$ que gostam muito de grana e: ‘só para comprar um carro (…) ’ em nenhum momento surgiu na gravação do Jornal Nacional-JN um político dizer: faça um cheque para eu construir uma creche! Por favor! Ou para melhoria da educação. É evidente que nenhum familiar deseja ter no seio do lar um cidadão ‘obscuro’. 

Os imperativos das bibliotecas devem ser acolhedores e com espaço atraente para que os jovens possam elaborar seus projetos e executá-los. A juventude é transformadora da sociedade. O esquecimento das autoridades para com os cidadãos é muito constrangedor. Os estudantes que deslocam de seus bairros distante para adquirir conhecimentos, estes estabelecem silenciosos, porém críticos. Há necessidade que todos se aproximem do povo carente de cultura, assim para que exista difusão de ideias. 

A localização do Saber com Sabor, é muito importante, contudo é desprezível em momento de chuva. Jamais funcionará a tentativa de impedir o avanço cultural para que possa existir difusão de conhecimentos. Ainda com responsabilidade moral.  Acreditamos que para sermos inseridos em países que são respeitados no mundo globalizado necessitamos ter esses elementos essenciais: Cidadania, ecossistema equilibrado, educação e igualdade. Será que temos governantes débeis e esquecidos. É notório que existe déficit de participação de cidadão requisitando seus direitos básicos. São cristalinos os descasos das políticas públicas. Biblioteca em momentos de chuva, muitas goteiras e os servidores que ficavam passando pano para alagar menos o ambiente desprezado pelos administradores. Contudo respeitado por jovens e idosos sentem fome de cultura e querem sair do ‘obscurantismo’. A leitura nos transporta para o conhecimento de mundo, assim poderemos atravessar este “momento tempestuoso” em que “representantes eleitos não cumprem bem sua missão constitucional” Joaquim Barbosa (07/06/2017).

Foto: Graci Ourives de Miranda, 20/08/2017.

O local evidencia ambiente equilibrado, admirável para todos, de iluminação à higienização para os servidores e visitantes da Assembleia Legislativa. Parabéns! Portanto, há necessidade de lembrar do povo, a população de: éticos e profissionais que pagam seus impostos e não estão no ‘cipoal’ do “Supremo”.  A maioria dos cidadãos, jamais se enveredam para celebrações ilícitas, então os políticos locais devem honrar os cidadãos. O contraste dos ambientes nos remetem a situação brasileira: desigualdades.

Graci O. Miranda, (G.O.M) 20/08/2017, às 18 horas de domingo, colheu o depoimento do “A”, pois os estudantes são assíduos leitores do ambiente. Os depoimentos dos cidadãos “A” “B” e “D”, houve necessidade de omitir o nome dos entrevistados, isto para resguardá-los. Ainda vivemos um Mato Grosso com resquícios de ‘coronelismos’, estes ‘coronéis’ tão bem retratados em Riquezas Lícitas de Mato Grosso, 2013.

Foto: Graci Ourives de Miranda

Penso eu que seja um descalabro um crime, que esteja e que está acontecendo naquele lugar, onde se congrega pessoas de todas as classes sociais, mais, onde frequenta principalmente as pessoas mais carentes que não tem um ambiente adequado de estudo em casa, e que simplesmente está abandonado, demonstrando bem a preocupação do município de Cuiabá com a educação das pessoas principalmente das pessoas mais pobres. Muito claro está como acontecia anos atrás educação, educação ainda é algo para pessoas ricas, pessoas que tem condições de viajar (…) as cidades metropolitanas. E que aqui em Cuiabá estudar sendo pobre, ou sendo uma pessoa simples que precisa de estrutura publica não é possível. (…)sou um frequentador assíduo, adoro o ambiente simples e plural que lá existe. Mas, sinto que aquilo só está em funcionamento por causa dos funcionários, do esforço de cada um dos funcionários daquele lugar, falta tudo, falta estrutura, quando chove a água entra, falta espaço, falta segurança. Então ali o que mantém tudo funcionando é só força de vontade. O Estado não faz minimamente sua parte. ” O depoimento 2– “ biblioteca abre as 8 da manhã, e durante a semana de segunda a sexta ela fecha as 20 horas, só que está tendo uma servidora que solicitou afastamento, a biblioteca está fechando às 18 horas, fica só uma vigilante, e nos finais de semana fica aberta até as 19 horas. O número de computadores no início eram 3, agora como você viu ali, a gente só está com um, o outro que tinha eles mandaram para reforma e já está duas semanas. Em média visitam a biblioteca 80 a 100  diariamente. Temos três mesas, uma ao lado do computador que poderá ser utilizada.”

Foi detectado pelo PNAD que dentre mil pessoas 193 cidadãos não estão sendo alfabetizados. Segundo os dados reveladores, evidência o descaso para com a educação de jovens. Segundo o defensor da “meritocracia” Egon Zehnder, (2012), tentando mostrar a nossa realidade, ao questionar “a proliferação de cargos de confiança”, pode-se dizer que na zona rural imperava “A praga da incompetência”.  Conforme um dos “mais famosos headnunters do mundo”, daí reinava a proteção dos apadrinhamentos nas cidades. Enquanto que na zona rural imperava maior número de analfabetos. Incompetência muito bem utilizada por alguns grandes fazendeiros, pois estes homens menos favorecidos não iam buscar seus direitos. Conforme Wladimir D’Andrade, (São Paulo-AE (2011,26/10. 7-B), Mato Grosso está inserido no índice de trabalho escravo em “5%” conforme estudo da “OIT”). Mas, graças à Deus,mesmo neste momento de nebulosidade, acreditamos no Brasil Segundo Giscard d’Estaing. O Brasil era esperança do mundo (VEJA 1981:16),

Foto: Graci Ourives de Miranda, 27/08/2017.

Estudamos sem segurança, sem higiene no local, mesmo assim insistimos e resistimos ao nojento descaso dos administradores. Os doentes frequentam o mesmo banheiro totalmente sem estrutura mínima. Os servidores são batalhadores e atenciosos para com os leitores.

Nós acreditamos que com este Artigo os gestores atuais e futuros possam refletir e fomentar ações para os jovens que querem e sentem vontade de competir no mercado de trabalho. E, assim mitigar o analfabetismo. Os ilustres e esperançosos acadêmicos ou pesquisadores voluntários, estão enfrentando inúmeras barreiras e sem apoio logístico do Estado nação, estes, acreditam em seu potencial de pesquisador. Os acadêmicos são cidadãos da ordem e que vivem para ordem e pela ordem do bem-estar para todos.

E é por este motivo que recorri ao Servidor Federal, Nilo Alves Bezerra em que pontua em Riquezas Florestas e encantamento, 2015: “(…) para que as novas gerações compreendam os benefícios da liberdade ideológica, essencial a democracia”.

Sejam céleres sociedades na união para que os gestores atendam às necessidades básicas.

Referência:
BEZERRA, Nilo Alves. Análise período da ditadura que foi vivenciado pelo filho do Senador Vicente Bezerra Neto. (2015), In: Orelha: Riquezas Florestas e Encantamento.
MIRANDA, G. O. Riquezas Lícitas de Mato Grosso. 2.ªEd. Cuiabá/MT:  Print, 2013. 

 

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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