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Ana Maria Gonçalves e Eliane Potiguara se candidatam à vaga na ABL

A Academia Brasileira de Letras (ABL) decidirá em eleição, no dia 10 de julho, o sucessor ou sucessora da Cadeira n° 33, que pertenceu ao gramático Evanildo Bechara, morto em 22 de maio, aos 97 anos. Ele ocupava a vaga de imortal desde 2000.

A instituição divulgou os inscritos para concorrer à vaga, entre os quais se destacam a escritora mineira Ana Maria Gonçalves e a poeta, professora e ativista indígena Eliane Potiguara. Completam a lista Ruy da Penha Lobo, Wander Lourenço, José Antônio Spencer Hartmann Júnior, Remilson Soares Candeia, Gilmar Cardoso, João Calazans Filho, Célia Prado, Denilson Marques da Silva, Roberto Numeriano e Aurea Domenech.

Se eleita, Ana Maria Gonçalves, de 55 anos, se tornará a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Academia. Publicado em 2006, seu romance Um Defeito de Cor (Record) conta a história de Kehinde, uma mulher negra que foi sequestrada na infância do Reino do Daomé, atual Benin, e escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia.

O livro de quase 1.000 páginas já é considerado um clássico brasileiro contemporâneo, e importante título da literatura antirracista. No carnaval de 2024, inspirou o samba-enredo da Portela, no Rio de Janeiro, o que popularizou a obra e impulsionou suas vendas.

Eliane Potiguara, de 74 anos, se eleita, também fará história como a primeira mulher indígena da Academia. Em 2023, Ailton Krenak se tornou o primeiro indígena eleito como imortal pela instituição.

Autora de títulos como A Terra é a Mãe do Índio e Metade Cara, Metade Máscara, Eliane é importante voz, no Brasil e no exterior, do ativismo pelos direitos dos povos originários – sobretudo das mulheres. Ela foi casada com o cantor e compositor Taiguara (1945-1996), com quem teve três filhos.

Nos últimos meses, a ABL elegeu novos nomes para o quadro de membros efetivos. O advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves foi escolhido para ocupar a cadeira 26, que pertencia a Marcos Vilaça.

O crítico literário e professor Paulo Henriques Britto será o sucessor da cadeira 30, deixada por Heloisa Teixeira, e a jornalista e escritora Míriam Leitão ocupará a cadeira 7, que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues.

Estadão Conteudo

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