Agronegócio

Amendoim desenvolvido no IAC reduz mau colesterol

O Instituto Agronômico de Campinas (SP) (IAC) desenvolveu um amendoim com propriedades que reduzem o mau colesterol e triglicérides – gorduras presentes no sangue. O diferencial está na presença de um maior teor de ácido oleico nos óleos que compõem o grão. Enquanto os amendoins tradionais têm de 40% a 50% de ácido oleico na composição, os grãos do IAC têm 80%.

Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (7), Ignácio José de Godoy, pesquisador do Centro de Grãos e Fibras do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, afirmou que o produto já está sendo produzido em grande escala e já pode ser encontrado nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais.

"Nossos amendoins são desenvolvidos com a característica chamada alto oleico, que tem alto teor de ácido oleico. O óleo do amendoim e, portanto, qualquer produto de amendoim", explica o pesquisador.

Melhoramento genético

O melhoramento genético já foi aplicado a todas as variedades de amendoins, afirma Godoy.

"Depois que desenvolveu a primeira [variedade], agora em todas a gente faz o cruzamento para que tenham essa caracteística", diz.

Godoy explica que o ácido oléico faz parte dos ácidos graxos, considerados gorduras boas para o organismo. O que torna o ácido oleico um aliado no combate ao colesterol é o número de ligações moleculares.

"Os ácidos são formados por cadeias longas de carbono e, no meio, pode ter ou não duplas ligações na molécula. Quando não tem nenhuma ligação, ele é chamado de ácido graxo saturado, que é o caso da gordura animal, que é o ácido que não é bom. No caso do nosso amendoim, ele é monoinsaturado, tem uma dupla ligação. E os ácidos graxos monoinsaturados são considerados favoráveis, auxiliam na redução do mau colesterol e de triglicérides", explica.

Para o produtor a variedade tem várias vantagens, como o período de cultivo inferior a 130 dias, característica desejável para adoção em áreas de renovação de canavial. Ela também apresentou resistência a vírus e alta produtividade, que fica acima de 6 mil quilos, por hectare, em casca.

Redação

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