Política

AMAM divulga nota de repúdio à denúncia de negociação entre TJ e AL

Após uma matéria da jornalista Janaiara Soares sobre suposta negociação corrente entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e a Assembleia Legislativa para conseguir um alvará de soltura ao deputado Mauro Savi (DEM), preso na Operação Bereré há quase um mês, a Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) soltou uma nota repudiando a cobertura do caso.

Essa matéria geradora de fúria foi publicada no jornal A Gazeta que circula hoje, terça-feira (05), mesmo dia em que a nota foi divulgada.

No texto de Soares, o próprio presidente do TJMT, Rui Ramos, teria ido se encontrar com o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (colega de partido de Savi, aliás), para acertar como se daria essa soltura, dada a péssima repercussão da mesma manobra feita para livrar Gilmar Fabris (PSB). Ela cita como fontes parlamentares e desembargadores.

Como moeda de troca, deputados finalmente colocariam em pauta a votação de projetos diretamente ligados ao TJ, como o Reajuste Geral Anual (RGA), e dariam em contrapartida uma espécie de vistas grossas à potencial liberdade de Savi.

“A AMAM, no exercício do seu mister sócio-político e associativo, manifesta repúdio às notícias veiculadas que insinuam uma suposta negociação entre os Poderes Judiciário e Legislativo tendo em vista a soltura do deputado estadual Mauro Savi – preso desde o início de maio após ser alvo da segunda fase da Operação Bereré", consta no texto da AMAM.

O repúdio segue a afirmar que a sociedade de Mato Grosso pode “ficar tranquila” porque conta com os juízes mais produtivos do país, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça, e sempre prontos a “aplicar a Lei de forma justa e indiscriminada aos humildes e aos poderosos, sem nenhuma acepção de pessoas”.

Mais à frente, a entidade representativa dos juízes se diz a favor da liberdade de expressão, especialmente da imprensa, cuida com vontade do dever de manter a “conduta ilibada dos membros da magistratura com a devida responsabilização dos eventuais infratores das normas de conduta a eles impostas”.

Porém, sempre de acordo com a nota, “não tolera o denuncismo, acusações levianas e generalizadas, buscando sempre o respeito à legalidade, amplo direito de defesa, princípio da inocência, garantia da inviolabilidade da intimidade e todas as demais garantias Constitucionais que afeta a todos os cidadãos brasileiros e aos que aqui vivem”.

A nota é encerrada afirmando peremptoriamente que o Judiciário mato-grossense “não faz negociações quando o assunto é jurisdicionar” e fecha com jurisdiquês sobre serem indissociáveis o estado democrático de direito e o exercício constitucional das competências de cada instituição, dentro dos limites legais de cada um.

Em bom português: nem o judiciário interfere nas ações da ALMT nem esta impõe ou faz barganha com o TJ, havendo punição severa a quem quer que tente. E cita Platão: “o juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis”.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões