A Associação Casa de Guimarães, alvo da Operação Pão e Circo, deflagrada na manhã desta terça-feira (22), pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaec), já recebeu R$ 40 milhões do governo do Estado para atuar em diversos eventos. O pagamento foi feito ao longo de nove anos de atividade. Uma das ações da Organização Social foi a promoção do evento Fan Fest, durante a Copa do Mundo de 2014.
Para o evento no mundial, a Casa de Guimarães recebeu R$ 17,1 milhões. O Fifa Fan Fest foi uma ação que aconteceu em todas as cidades sedes da Copa do Mundo e, em Cuiabá foi realizado no parque de exposições Jonas Pinheiro, entre os dias 12 de junho e 13 de julho. Nos 32 dias de evento, o espaço recebeu uma super estrutura e contou com telões, apresentações culturais, shows nacionais e praça de alimentação.
Em 2015, a organização recebeu repasses de R$ 3,5 milhões provenientes do governo do estado. Já em 2016, a entidade novamente recebeu valor exorbitante por atividades promovidas, sendo que o montante daquele ano foi de R$ 6,3 milhões. No ano seguinte, outros R$ 5 milhões foram pagos.
A Casa de Guimarães é a organização responsável por diversas edições do Vem Pra Arena, evento promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). Também, a organização social promoveu a Feira Internacional do Pantanal, Festival de Inverno, é responsável pelo Museu de Arte Sacra e, mais recentemente, foi contemplada por um convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) para fazer orientações de cunho ambiental na Salgadeira, no valor de R$ 946 mil. O novo termo de colaboração foi publicado no Diário Oficial do Estado na quarta-feira passada (16).
Investigações
A Associação, que atua nos segmentos culturais desde 2006, foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta manhã. O objetivo é colher documentações que possam subsidiar as investigações para desarticular uma suposta organização criminosa instalada para, justamente, desviar recursos públicos por meio de contratos da Casa de Guimarães com o Governo do Estado. Os crimes teriam ocorrido de 2011 a 2018, conforme o Gaeco.
Além do crime de constituição de organização criminosa, também há indicativos da prática de peculato, falsidade ideológica, fraude em licitações e lavagem de capitais.
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