O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 1,23% em fevereiro deste ano, 1,12 ponto porcentual acima da taxa registrada em janeiro (0,11%). É a maior alta desde abril de 2022 (1,73%) e a maior para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%). Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 1,37%. O intervalo de estimativas ia de 0,56% a 1,53%.
No ano, a prévia da inflação acumula alta de 1,34% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,96%, acima dos 4,50% observados nos 12 meses encerrados em janeiro.
As projeções para o indicador em 12 meses iam de avanço de 4,28% a 5,91%, com mediana positiva de 5,11%. Em fevereiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,78%.
Grupos
O avanço de 1,23% no IPCA-15 de fevereiro se refletiu em altas nos preços de sete dos nove grupos de produtos e serviços que integram o índice, informou o IBGE.
O aumento mais significativo aconteceu em Educação e foi de 4,78%, com impacto de 0,29 ponto porcentual no resultado geral.
Em seguida veio a alta dos gastos com Habitação, de 4,74% e impacto de 0,63 ponto porcentual no índice geral.
Depois dessas altas, todas as outras são decimais, em alimentação e bebidas (0,61% e impacto de 0,14 ponto porcentual); Saúde e Cuidados Pessoais (0,54% e impacto de 0,07 ponto porcentual); Transportes (0,44% e impacto de 0,09 ponto porcentual); Artigos de Residência (0,38% e impacto de 0,01 ponto porcentual.); e Despesas Pessoais (0,01, mas sem impacto no índice geral).
As únicas quedas de preço no período que engloba a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro ficaram por conta dos grupos Vestuário (-0,08%, mas sem impacto) e Comunicação (-0,06%, mas sem impacto).
Regiões
De acordo com o IBGE, a alta de 1,23% no IPCA-15 de fevereiro ante janeiro foi resultado de aumento nos preços em todas as 11 regiões pesquisadas.
A maior alta, de 1,49%, foi observada em Recife, por conta do aumento nos preços da energia elétrica residencial (14,78%) e da gasolina (3,74%) na região. No ano, Recife acumula alta de 1,55% no indicador, que, em 12 meses, é de 4,64%. Recife tem um peso regional de 4,71% na leitura do IBGE.
Já a menor variação aconteceu em Goiânia, alta de 0,99%, em razão das quedas em passagens aéreas (-26,67%) e do arroz (-2,67%), informou o IBGE.
São Paulo, Rio e Belo Horizonte
Já São Paulo, que pesa 33,45% no índice, registrou uma alta de preços de 1,2% identificada pelo IPCA-15 de fevereiro. No ano, a alta do índice na região é de 1,29% e, em 12 meses, de 5,02%.
Segunda região com maior peso na medição (10,04%), Belo Horizonte e seu entorno viram os preços avançarem 1,27% até o meio de fevereiro, com um índice acumulado de 1,41% no ano e de 5,67% em 12 meses.
Já o Rio de Janeiro, que tem peso de 9,77% na leitura, registrou alta de 1,32% nos preços do mesmo período, com igual alta no ano e de 4,81% em 12 meses.