Servidores fazem protesto nesta terça-feira em frente à Alerj (Foto: Gabriel Barreira)
Mesmo após a retirada de pauta de três projetos do pacote de austeridade e a devolução de outro ao Governo do Rio de Janeiro, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) volta a ser palco de manifestação nesta terça-feira (20). Ativistas ligados ao Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Muspe) se reuniram desde às 10h na frente do Palácio Tiradentes, no Centro.
O protesto acontece um dia após o anúncio do presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), de que mais nenhum tema do pacote seria analisado em 2016. Ainda assim, os servidores seguem protestando: agora contra o fim do parcelamento de salários e o pagamento do 13º. No final das contas, apenas um terço dos projetos do Governo (7 dos 22) foram aprovados.
Por volta das 10h45, aos gritos de "fora Pezão", cerca de 30 manifestantes interditaram a Rua Primeiro de Março por cerca de dois minutos, cantando "Explode coração".
Policiais militares estão revistando mochilas de pedestres na esquina da Rua São José, nas imediações da Alerj, que foi bloqueada. Os PMs também passaram a distribuir flores para manifestantes.
Uma das propostas mais polêmicas, e que causou maior furor dos ativistas, não foi só retirada de pauta, mas também devolvida ao Poder Executivo. Picciani enviou de volta ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) a proposta que adiaria de 2017 para 2020 o aumento salarial de servidores da Segurança Pública.
Deputados ouvidos pelo G1 acham que a devolução pode arrefecer o clima dos ativistas, que chegaram a invadir a Alerj e quebrar a sala da vice-presidência em novembro.
Os parlamentares lembram, no entanto, que eles próprios chegaram a pedir a inteira restituição do pacote assim que foi apresentado pelo Poder Executivo. Para eles, a devolução agora provocou a "sangria" do governo durante quase um mês e pode provocar um "racha" no movimento sindical.
"Os servidores da Segurança inflamavam a manifestação, era um risco para todo mundo. Agora, foram os principais beneficiados", avalia um parlamentar da oposição.
"De qualquer forma, o encerramento do pacote neste ano tira o foco da Alerj e devolve o foco a quem realmente é o responsável pela crise", diz em alusão ao Palácio Guanabara.
Fonte: G1