O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, enfrenta nesta segunda-feira (16) um voto de confiança no Parlamento que ele deve perder, abrindo caminho para que o país-membro mais populoso e a maior economia da União Europeia realize uma eleição antecipada em fevereiro.
O governo tripartidário notoriamente rancoroso de Scholz entrou em colapso em 6 de novembro, quando o chanceler demitiu seu ministro das finanças em uma longa disputa sobre como revitalizar a economia estagnada da Alemanha, e o partido pró-negócios do ministro saiu da coalizão. Isso deixou os dois parceiros de centro-esquerda restantes sem maioria no parlamento.
Líderes de vários partidos importantes concordaram que uma eleição parlamentar deveria ser realizada em 23 de fevereiro, sete meses antes do planejado originalmente. A constituição da Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial não permite que a câmara baixa do parlamento, ou Bundestag, se dissolva – então um voto de confiança é necessário para dar início à eleição antecipada.
Votos de confiança são raros na Alemanha, um país de 83 milhões de pessoas que preza a estabilidade. Esta é apenas a sexta vez na história do pós-guerra que um chanceler convoca um.
O que deve acontecer?
Os social-democratas de Scholz detêm 207 cadeiras no Bundestag e devem votar no chanceler. Seus parceiros de coalizão restantes, os ambientalistas Verdes, têm 117 e planejam se abster. Isso deve significar que Scholz não chega nem perto da maioria de 367 na câmara de 733 cadeiras necessária para ganhar o voto de confiança.
Se Scholz perder, caberá ao presidente Frank-Walter Steinmeier decidir se dissolve o Bundestag. Steinmeier, que disse no mês passado que “este país precisa de maiorias estáveis e um governo capaz de agir”, tem 21 dias para tomar essa decisão. Uma vez dissolvido o parlamento, a eleição deve ser realizada em 60 dias. Fonte: Associated Press.