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Alckmin diz que ação na Cracolândia foi ‘necessária’

Foto: reprodução

Por G1

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (25) que a ação da polícia no último domingo (21) na Cracolândiafoi "necessária" e negou que a medida tenha atropelado o projeto Redenção, da Prefeitura. O programa, que busca uma solução para a região do Centro da capital paulista, que há anos é palco de consumo e venda de drogas, estava sendo desenhado em conjunto com o Ministério Público.

Para Alckmin, a megaoperação contra o tráfico de drogas que prendeu mais de 50 pessoas era importante para que ações sociais fossem feitas. "Eu defendo a ação da polícia. Ela foi correta, foi necessária. Agora, ela não resolve o problema. Para resolver o tráfico, tem que prender traficante. Não pode ter uma área de tráfico livre. A ação da polícia foi correta e não teve incidente nenhum. Mas agora vamos diminuir o número de dependentes químicos, não vai acabar, mas cada dia estamos tendo vitórias, interna um, interna dois, 40, 50, a família vem buscar", saliento

A declaração de Alckmin foi dada após solenidade no Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, da formatura de mais 2 mil novos soldados da Polícia Militar.

Para o governador, a ação de domingo foi importante para que fossem feitas ações sociais. Ele foi questionado sobre se a entrada da polícia atropelou o projeto Redenção, e negou.

"Não, não foi [atropelo]. Foi o contrário. Não tem como ter ação social em um lugar que tem traficante, gente armada, assassinada. Tivemos um socorrista que veio resgatar uma moça e foi assassinado […]. A ação da polícia é importante porque ela retira o traficante, retira armas, apreende drogas e dá segurança aos profissionais de saúde e de assistência social possam atuar", disse. "Se pegar nestas últimas semanas, na semana anterior, nem tinha mais ação social por lá, não tinha mais ninguém", completou.

Internação compulsória
Alckmin também afirmou que, na opinião dele, a internação compulsória de dependentes químicos é a última alternativa. Na quarta-feira, a Prefeitura pediu à Justiça a internação compulsória de dependentes do Centro da capital, que deveria ser decidida posteriormente por um médico. Para o MP, o pedido da Prefeitura "fere a lei" e é uma "caçada humana".

Alckmin negou discordâncias entre o Estado e a Prefeitura em relação ao tratamento de dependentes químicos e o futuro da região, e afirmou que 55 profissionais de saúde estão atuando na região "tentando convencer" os dependentes químicos a se internarem.

"O que a gente tem que fazer é convencer as pessoas. De 704 que atendemos nesta semana, 66 foram internados. [..] Nós não podemos fazer à força, tirar o depende da rua. O que a gente tem que fazer é prender o traficante, tirar armas e convencer o dependente químico para o tratamento e envolver a família", defendeu.

"No último caso pode ter internação compulsória, ela é em número pequeno, mas o juiz pode dizer em último caso que precisa. Claro que é o médico que recomenda e a última palavra é do juiz. É natural que seja assim. A maior parte das internações é voluntária, e até melhor. Você tem aquela que a família pede e você tem casos extremos, que não tem ninguém da família e está colocando em risco sua própria vida e de terceiros, que a defensoria, o Ministério Público pede e o médico determina", defendeu.

Alckmin falou que, em 30 dias, depois de obter o financiamento do BNDES, será construído um hospital na região, que, segundo ele, "já está contratado". Alckmin afirmou ainda que "é menos importante" discutir quem ficará com o crédito se a Cracolândia realmente acabar, se ele ou Doria. "Dependência química não vai acabar, vai diminuir".

Redação

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