Política

Alckmin diz não saber se fechar questão da Previdência ajuda governo

Futuro presidente do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (5) não saber se um eventual fechamento de questão pelo partido ajudará o governo a aprovar a reforma da Previdência Social.

Na prática, quando um partido fecha questão em torno de um determinado assunto, pode punir parlamentares que votarem de maneira contrária à orientação da legenda.

Segundo a colunista do G1, Andréia Sadi, dirigentes de partidos aliados do governo discutem com o presidente Michel Temer a possibilidade de fecharem um "pacto" para que nenhuma sigla aceite na janela partidária de 2018 deputados que votarem contra a reforma.

"Política é convencimento. O que eu puder fazer para ajudar no convencimento eu farei. Se [o PSDB] vai fechar questão ou não vai fechar questão, não sei se isso ajuda ou não, aí é uma questão do Diretório [nacional] e da bancada. Pelo estatuto, é a Executiva e a bancada que decidem", disse Alckmin nesta terça.

O governador de São Paulo deu a declaração após participar de uma reunião com deputados do PSDB, em Brasília.

'Não há unanimidade'

Para Alckmin, "não há unanimidade em nenhum partido" em relação à reforma.

O tucano disse avaliar, porém, que ainda há espaço para parlamentares serem convencidos a votar a proposta.

"Não há unanimidade [sobre a reforma da Previdência] em nenhum partido. Mas acho que há um espaço para convencimento. Eu vou procurar ajudar nesse convencimento", afirmou.

Alckmin acrescentou, em seguida, ter sido deputado federal pelo PSDB por oito anos e, no período em que esteve na Câmara, "nunca teve fechamento de questão".

Proposta 'ideal'

Na sequência, Alckmin declarou ser favorável à aprovação da reforma, ainda que a proposta em debate não seja a "ideal".

Como o governo quer aprovar a reforma ainda neste ano, Temer negociou com o relator, Arthur Maia (PPS-BA), uma versão enxuta.

"A minha posição eu transmiti. Ela não é de hoje, é favorável à reforma, mesmo que não seja a ideal, mas é o que nós temos hoje e é necessária ao país", disse.

O governador de São Paulo defendeu, por fim, que o projeto tem como objetivo a "justiça social", evitando que o trabalhador que tenha menor renda pague as altas aposentadorias.

Reforma da Previdência

A proposta foi enviada pelo governo em dezembro de 2016 e chegou a ser aprovada pela comissão especial da Câmara em maio deste ano. Mas, desde então, não avançou por falta de consenso entre os parlamentares.

Líderes partidários têm avaliado que, mesmo com as recentes mudanças, o governo terá dificuldades para aprovar a reforma ainda em 2017.

Defensor da reforma, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem defendido que a proposta seja votada ainda neste ano, mas ele também tem dito que só pautará o plenário se tiver a certeza de que o governo tem os novos necessários para aprovar o projeto.

Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma da Previdência precisa do apoio mínimo de 308 dos 513 deputados.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões