Jurídico

Alan Malouf nega que tenha lavado dinheiro para Nadaf

O empresário Alan Malouf depõe na tarde desta sexta-feira (21) à juíza, Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, na ação penal derivada da 4ª fase da Operação Sodoma.

Esta fase da operação, investiga um suposto esquema de desapropriação da área em 2014 por R$ 37,1 milhões, mas a metade deste valor (R$ 15,8 milhões) teria voltado para a organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

Malouf é acusado de ter recebido R$2,1 milhões do desvio da compra do terreno por parte do Estado. A área, de propriedade da Santorini Empreendimentos Imobiliários, fica na região do bairro Tijucal e foi invadida em 1997 por cerca de 900 famílias, que foram retiradas do local, após uma ação de reintegração de posse.

O terreno, de acordo com a Delegacia Fazendária (Defaz) e o Ministério Público Estadual (MPE), custou aos cofres públicos R$ 31,75 milhões, dos quais metade do valor foi desviado. O levantamento foi elaborado a partir da colaboração premiada (delação) do empresário Filinto Muller. 

Os depósitos a Valdir Agostinho Piran, conforme a ação, foram realizados pela empresa de Filinto Muller, a S F Assessoria e Organização de Eventos, criada especialmente para facilitar a operacionalização do suposto esquema e colocada no nome de Sebastião Faria.

Além de Malouf, também são réus: o ex-governador Silval Barbosa (PMDB); os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, César Zílio e Pedro Elias; o médico e filho de Silval, Rodrigo Barbosa; e o empresário Valdir Agostinho Piran.

Acompanhe o depoimento

14h10 – Em dezembro de 2010 ele foi contratado pelo Eder Moraes para realizar dois eventos para o governador eleito Silval Barbosa.  "Eu indaguei como ia receber isso aí, ele me disse que era verba de gabinete".

Alan relata que foram convidados cerca de 4 mil pessoas para um evento e mil pessoas para outro e que juntos os eventos R$ 950 mil.                                

Ele também foi chamado para fazer outros serviços pelo Eder Moraes e por um ou dois  anos ficou cobrando Eder e o governador.                       

"As vezes cruzava com ele em eventos e o cobrava, ele Éder sempre dizia que eu ia receber"                       

No final de 2014, Nadaf já secretário da Casa Civil, abordou o tema com Éder e ele falou que ia conversar com o governador.

O Maurício Guimarães seria um dos responsáveis por pagar a dívida, mas se recusou a pagar. O Maurício ia pagar a metade e o Nadaf a metade também.                       

Malouf conta que recebeu o valor da dívida em dois envelopes, cada um com valores entre R$ 400 mil e R$ 500 mil cada. "Naquele momento o que eu precisava era receber".

14h46 – Malouf diz que Maurício Magalhães ficou de acertar a metade do combinado com ele, mas que não sabe o motivo do Maurício ter ficado responsável por quitar 50% da dívida. E foi Pedro Nadaf ficou de repassar outros 50%.

Malouf contou, ainda, que em uma reunião com o Maurício e com o Nadaf, declarou quqe estava necessitando de dinheiro, e pediu um empréstimo. Ele nega que o dinheiro recebido dos empresários tenha sido para lavagem.

“Eu recebi R$ 1,6 milhão de Pedro Nadaf e R$ 600 mil do Arnaldo Alves. Me entregaram em vários cheques. O meu erro foi não ter feito a documentação", disse Malouf.

15h – Depoimento é encerrado                   

Redação

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