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Agricultura regenerativa: produção sustentável de algodão é tema de debate global em Cuiabá

Representantes do setor têxtil global e de organizações ambientais se reuniram, na terça-feira (22), para um debate sobre a produção sustentável de algodão. O encontro foi realizado na sede da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (AMPA), em Cuiabá, e faz parte da primeira edição do “Brazilian Cotton Dialogues”, que tem como objetivo impulsionar o algodão brasileiro em escala mundial.

Um dos assuntos abordados foi a utilização de processos biológicos, como a compostagem, na lavoura. Em Mato Grosso, essa prática já é incentivada pela AMPA, que vê a ação como uma alternativa eficiente para o desenvolvimento do agronegócio sustentável. Segundo a entidade, além de ajudar a cuidar do meio ambiente e das pessoas, a técnica pode gerar outros resultados positivos, a longo prazo, como a diminuição de pragas e doenças nas lavouras, como nematóides e manchas.

“Isso é agricultura regenerativa e é uma pauta que há anos a Associação vem trabalhando. Estamos discutindo maneiras de promover o uso de biológicos e diminuir os químicos. Não podemos obrigar, mas temos o dever de incentivar. É isso que estamos fazendo e já percebemos que os produtores estão mais conscientes e que é possível equilibrar o uso do biológico e do químico, pois precisamos dos dois”, afirma o diretor-presidente da AMPA, Orcival Guimarães.”

O “Brazilian Cotton Dialogues” foi promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e trouxe para Cuiabá representantes da InternationalTextileManufacturers Federation (ITMF), da Better Cotton e da IDH, além de executivos de marcas e grupos têxteis com atuação global, como IKEA, Premier Mills, Lacoste, Karsu e GlossyImpex. A comitiva também contou com consultores internacionais e líderes de empresas de certificação socioambiental.

Em 2024, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de algodão. Conforme a Abrapa, o país exportou mais de 2,8 milhões de toneladas, chegando a um faturamento de US$ 5,2 bilhões. Um dos diferenciais alcançados foi a certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável (ABR) para 82% da produção. O workshop realizado na AMPA foi uma oportunidade de debater formas de continuar avançando nesse quesito.

“Cumprimos na AMPA mais uma jornada do Brazilian Cotton Dialogues. Foi um dia em que fizemos apresentações, discutimos e aprofundarmos nesse assunto. Construímos a programação para que todos pudessem vivenciar as diferentes realidades da cotonicultura brasileira, com ênfase nas práticas de sustentabilidade, rastreabilidade e controle de qualidade”, pontua Marcelo Duarte Monteiro, diretor de Relações Internacionais da Abrapa.

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