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Agricultura: Novos mercados abertos pela China têm potencial de US$ 20 bilhões

O Ministério da Agricultura estima que os cinco novos mercados abertos pela China para produtos agropecuários brasileiros têm potencial de mercado de US$ 20 bilhões. Essa cifra refere-se às importações chinesas de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela), grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho) e farelo de amendoim, que agora poderão ser exportados pelo Brasil. “Foram cinco produtos abertos para o nosso agronegócio, que se somam aos pescados, abertos no fim de abril. Um impacto grande, de aproximadamente US$ 20 bilhões. Esse é o tamanho do mercado que se abre agora e, naturalmente, o Brasil começará a ocupar parte desse espaço, se assim os chineses desejarem”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, em vídeo publicado nas redes sociais.

Mais cedo, o Ministério da Agricultura e a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) assinaram três protocolos de aberturas de cinco mercados e um memorando de entendimento de medidas sanitárias e fitossanitárias. Os acordos bilaterais foram assinados no Grande Palácio do Povo em Pequim, durante o encontro do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente chinês Xi Jinping. “O Brasil alcançou uma conquista histórica com o maior número de aberturas de mercado para a China de uma única vez. Um reflexo da confiança mútua e da boa relação entre os dois países”, comemorou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em nota da pasta.

O presidente executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, afirmou também em vídeo que a abertura do mercado chinês para coprodutos do etanol de milho (DDG e DDGs) foi em tempo recorde. O pedido foi protocolado em 2022. “É um fato histórico para o setor de etanol de milho. Uma abertura de mercado em tempo recorde. Trata-se de um marco estratégico para o setor de bioenergia e para a internacionalização da cadeia produtiva do etanol de milho brasileiro”, disse no vídeo. A China importou mais de US$ 66 milhões em DDG e DDGS e US$ 18 milhões em farelo de amendoim no ano passado, de acordo com dados da aduana chinesa compilados pelo Ministério da Agricultura.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que a exportação de miúdos de frango, carne de pato e carne de peru à China podem proporcionar receita adicional de US$ 1 bilhão à balança comercial brasileira. “É uma vitória muito importante para as proteínas animais. É um resultado direto desta missão, que mostra, também, a confiança chinesa na capacidade brasileira de fornecer produtos de alta qualidade, com sanidade e em oferta adequada ao mercado”, disse Santin. Em 2024, a China importou US$ 155 milhões de miúdos de frango, US$ 50 milhões de carne de peru, US$ 1,4 milhão de carne de pato, segundo dados da aduana chinesa compilados pelo Ministério da Agricultura.

Estadão Conteudo

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