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Por Agrolink
Nesta quarta-feira (29), 127 produtores, técnicos e estudantes participaram do Dia de Campo de Arroz de Terras Altas, realizado na área experimental da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia (GO). O evento foi realizado pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a UFG.
O objetivo do encontro foi apresentar a cultivar BRSGO Serra Dourada desenvolvida em parceria pelas três instituições. Além de discutir as características agronômicas dessa cultivar, o Dia de Campo serviu para apresentar técnicas de manejo de lavoura com a aplicação de nitrogênio e silício, entre outras tecnologias.
O arroz BRSGO Serra Dourada é uma cultivar que apresenta grão do tipo longo e fino, bom rendimento e ciclos similares ao da cultivar BRS Primavera. Diferente das cultivares de arroz do tipo irrigado, o BRS Serra Dourada não precisa ser cultivado em áreas inundadas.
Produção em Goiás
O pesquisador da Emater, Ivanildo Ramalho, explicou que Goiás já foi conhecido como um grande produtor de arroz, tanto no sistema irrigado como no de terras altas. "Hoje, a maioria da produção de arroz do estado é irrigada. Com esse trabalho, a Emater busca fortalecer o cultivo do grão de terras altas", afirmou Ramalho.
Produtor de arroz no município de Goianira (GO), Valdivino Augusto de Oliveira acredita que o apoio das instituições é importante para o fortalecimento da cadeia de produção do grão. "Temos tido apoio do governo, por meio da Emater, para produzir arroz. Vamos produzir em mais 10 alqueires esse ano", informou.
Valdivino Augusto contou ainda que o evento foi a oportunidade de aprender técnicas que poderão ser usadas em sua lavoura. "Conheci doenças que nem sabia que existiam, mas que agora já aprendi como tratar", declarou o produtor de Goianira.
Manejo
Entre os principais assuntos do Dia de Campo esteve a aplicação de silício na lavoura de arroz para o combate à brusone, considera uma das doenças que mais afetam o cultivo do grão no país. Rilner Alves Flores, professor da UFG, apresentou os estudos experimentais da Universidade que vêm sido conduzidos para determinar a melhor dosagem e o melhor momento para aplicação do produto. "O custo de aplicação do silício não fica caro para o produtor", esclareceu o professor, que considera que a aplicação do produto pode ser uma importante alternativa para melhorar o manejo de pragas e a produtividade das lavouras de arroz.
Márcio Bueno de Oliveira é técnico da Emater na Unidade Local de Nova Veneza e participou do evento para trocar experiências com os pesquisadores. Para o extensionista, os custos referentes a aplicação do silício, ou de outras tecnologias, são compensados se fizerem com que o produtor consiga melhorar a qualidade de sua produção. "O uso de produtos no manejo tem que ser visto não só do lado técnico, mas também pelo viés econômico para que o produto final seja rentável", analisou Márcio Bueno.
Parceria
Uma das responsáveis pela organização do evento e professora da UFG, Patrícia Guimarães Santos Melo comentou que o trabalho conjunto de professores e técnicos pode auxiliar no processo de transferência de tecnologia para os produtores. " Temos uma pesquisa que, muitas vezes, não chega ao agricultor. Juntando os esforços de professores e técnicos, conseguimos fazer um trabalho mais produtivo", defendeu a professora.
Patrícia Guimarães comentou ainda que, desde o lançamento da cultivar BRSGO Serra Dourada, realizado em 2010, foi a primeira vez que Emater, UFG e Embrapa se reuniram para trabalhar a divulgação da cultivar de maneira conjunta. "Esse é m exemplo de parceria, por envolver três instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão. A Emater está com uma cara nova, que consolida uma parceria antiga, que vamos tentar manter", projetou.
