Somente tu não vês o meu penar
e passas sem me olhar, indiferente,
enquanto o vento fala a toda gente
que sofro tanto apenas por te amar.
As pedras que tu vives a pisar
também soluçam a minha dor silente,
quisera te esquecer, tirar da mente,
e crer que tudo, um dia, irá passar.
Aconselhar-me, tenta o sol radiante,
a me dizer: esquece, segue adiante,
que teu destino é ser feliz demais.
Sorri a boca desta noite escura
a desdenhar a minha mágoa, agrura,
enquanto, só, padeço mais e mais.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.