Agentes penitenciários evitaram que um preso fosse morto durante uma briga na última sexta-feira (22), na cadeia pública de Barra do Garças (521 km de Cuiabá-MT). A ordem para matar o detento, de acordo com o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de mato Grosso (Sindspen-MT), teria partido do Comando Vermelho (CV-MT), por ele não cumprir ordens da facção.
A tentativa de homicídio aconteceu na cela dez do raio 5, que atualmente abriga 15 reeducandos e a vítima não aceitou a ordem de entrar para o Comando o Vermelho que pretende dominar a unidade prisional. Diante da recusa, líderes da facção determinou que 11 presos da unidade executassem o detento “rebelde”.
Para matar o detento, que foi identificado apenas como Renato, os presos colocaram o mergulhão (aquecedor de água) para esquentar, onde um dos presos chamado Jhonatan jogou a água quente na vítima, queimando seu abdômen, peito, pernas e parte íntima. Depois de queimado pela água, Renato foi brutalmente espancado.
Um dos detentos deu um “mata leão” na vítima e, ao mesmo tempo, outros internos deram pauladas e socos em Renato, que mesmo muito ferido e quase desmaiando, conseguiu pedir socorro. Imediatamente agentes de plantão entraram na cela e encontraram os detentos amotinados torturando a vítima.
Os agentes resgataram o preso e solicitaram o apoio do Corpo de Bombeiros que encaminhou Renato ao pronto-socorro da cidade para receber atendimento médico. Renato teve queimaduras de primeiro e segundo grau pelo corpo e afundamento de face.
Três presos já assumiram autoria da tentativa de homicídio e são ouvidos pela Polícia Judiciária Civil. Após a saída da vítima, os agentes realizaram uma revista na cela retirando dois mergulhão e cabo de rodo quebrado que foi usado na agressão e cinco chuços. Todo material aprendido na cela foi repassado para Polícia Civil, para ser usado no inquérito.
O presidente do Sindspen-MT) João Batista, disse que a Cadeia Pública de Barra do Graças tem capacidade para 108 presos e hoje tem uma população de 250 presos, sendo um grande número presos de alta periculosidade.
“Se não fosse rapidez do plantão seria terceira morte nos últimos três meses na unidade”, frisou Batista.
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