Agentes penitenciários localizaram 181 aparelhos celulares que entrariam na Penitenciária do Estado (PCE), em Cuiabá (MT), escondidos dentro de um bebedouro nesta terça-feira (03). Os aparelhos estavam evolvidos em um plástico e escondidos dentro de uma espuma densa, a fim de passar despercebido. O presidente dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (SINDSPEN-MT ), João Batista, aponta que a ação possa ter sido comandada por fações que tem se estruturado no estado.
O bebedouro teria apresentado defeito, foi encaminhado para manutenção e retornou completamente ‘recheado’ de celulares para a penitenciária. Ninguém foi preso, porém, a Polícia Civil e o Núcleo de Inteligência (NI), do sistema prisional, investigam os envolvidos.
“Nós já sabemos que não foi ordem de um preso isolado pela quantidade de aparelhos que entrou. Existem facções criminosas que estão se estruturando aqui em Mato Grosso e outras que já estão muito bem estruturadas”, destaca João Batista.
Segundo o presidente do Sidspen, os presos já haviam negociado o esquema com pessoas de fora da prisão, como comparsas e familiares. Ele afirma também que os agentes investigavam as diversas formas que celulares tem entrado no presídio, inclusive, revistando materiais exteriores que entram, como no caso do bebedouro. “Os celulares estavam envoltos por um plástico e dentro de uma espuma bem densa para não chamar a atenção, mas o pessoal conseguiu derrubar”.
Veja vídeo:
João Batista disse que o bebedouro fica instalado em um dos raios da unidade, em lugar de grande circulação dos presos. “Pela omissão do Estado, o bebedouro foi adquirido pelos detentos e é mantido por eles. Com isso, como teria apresentado defeito, foi encaminhado para receber manutenção, já com o objetivo de receber os aparelhos celulares”.
As investigações seguem no intuito de identificar os responsáveis. Tendo como linha a empresa que teria supostamente concertado o bebedouro, a pessoa que fez o transporte e os detentos que deram a ordem. Os celulares apreendidos seriam utilizados pelos detentos para comandar crimes de dentro do presidio. Todo material apreendido foi encaminhado para perícia e posterior destruição.
Hoje a PCE tem a população carcerária de aproximadamente 2,2 mil presos, ocupando as 859 vagas existentes. A penitenciária abriga em meio à superlotação presos de alta periculosidade, com membros de facções criminosas como o PCC e Comando Vermelho.