Política

Aécio diz, em Minas, que foi ‘dada a largada para a vitória’

 
O discurso foi feito em evento do PSDB em Uberlândia (556 km de Belo Horizonte), no qual o senador foi saudado como o candidato tucano ao Planalto por 10 das 11 lideranças estaduais do partido que usaram o palanque antes dele, como o ex-ministro Pimenta da Veiga, cotado para disputar o governo estadual no ano que vem.
 
"Estamos aqui hoje não nos reunindo para um projeto partidário, muito menos para um projeto de aliança política. Estamos aqui hoje reunidos em Uberlândia, a segunda capital de Minas, para dizer que nós queremos dar fim a este ciclo de governo [do PT] que tão mal vem fazendo ao Brasil, na fragilização de nossa economia e na capacidade de avançarmos nas conquistas sociais", disse Aécio.
 
Antes, o atual governador de Minas, Antonio Anastasia, defendeu o nome de Aécio para a sucessão de Dilma Rousseff. "É chegada a hora de Minas mostrar ao Brasil o que temos de melhor. Vamos com Aécio Neves à Presidência da República", disse Anastasia.
 
Fora dos palanques, porém, Aécio tem dito, como fez também nesta segunda-feira, que o PSDB só vai se decidir sobre o nome do partido para a disputa da Presidência da República no ano que vem. Com Aécio, disputa a indicação dos tucanos o ex-governador de São Paulo José Serra.
 
Edson Silva/Folhapress
O senador Aécio Neves (de camisa azul) ao lado do governador de Minas, Antonio Anastasia (à dir.), em evento em Uberlândia
O senador Aécio Neves (de camisa azul) ao lado do governador de Minas, Antonio Anastasia (à dir.), em evento em Uberlândia
O evento em Uberlândia foi a primeira das "Conversas com os Mineiros" realizadas neste ano. Ele deve ainda percorrer outras três cidades do Estado. O evento é parte da estratégia de Aécio e do PSDB para fortalecer o nome do senador e do partido, entre o eleitorado e possíveis aliados.
 
Aécio já visitou Curitiba e Maceió, em setembro, e deve ir a Manaus, Goiânia e São Leopoldo (RS), em novembro. Também estão previstas mais três cidades mineiras e outras seis em São Paulo até o fim do ano.
 
A intensificação das viagens do senador é uma tentativa de recuperar espaço na mídia após o anúncio da aliança da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e da ampliação das visitas da presidente Dilma Rousseff a Minas Gerais.
 
Em entrevista após o discurso, Aécio disse que é cedo para definir o candidato tucano à Presidência. "Não há necessidade de colocar agora uma candidatura. Estou viajando o Brasil como presidente nacional do PSDB, e buscado construir essa agenda nessa condição, de dirigente partidário", disse. "A principal arte da política é administrar o tempo", afirmou.
 
O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), vice-líder da bancada tucana na Câmara, diz que o nome de Aécio para a Presidência é uma unanimidade entre os correligionários, "inclusive na bancada paulista". Sávio diz que a ausência de definição oficial sobre a candidatura é uma "questão de tempo e estratégia".
 
"Percebo claramente, com nossos 48 deputados federais, e com a unanimidade da bancada paulista: é Aécio", diz. "Não há sequer uma voz que fale que ainda está em dúvida", disse o deputado. "Mas todos temos respeito enorme pelo ex-governador José Serra". completou.
 
Participaram do evento em Uberlândia, segundo a organização, cerca de 40 deputados estaduais e federais, 120 prefeitos e 200 vereadores, todos de Minas Gerais, dos 11 partidos que compõem a base do governo Anastasia.
 
ANIMAÇÃO
 
Na entrada do salão de eventos alugado para o encontro, faixas de ao menos seis prefeituras saudavam Aécio como o futuro candidato do partido. Integrantes da juventude do PSDB de Belo Horizonte, munidos de um bumbo, duas caixas e um repique, estavam imbuídos de dar animação carnavalesca à recepção das autoridades convidadas.
 
Aécio foi recebido, e discursou, por alguns instantes, aos gritos da plateia de "Brasil, pra frente, Aécio presidente".
 
Presente ao evento e convidado para subir ao palanque no qual as lideranças tucanas discursaram, o deputado federal e ex-governador (1995-1998) Eduardo Azeredo não foi citado nem recebeu homenagens de nenhum dos 11 políticos que falaram no evento.
 
Já Rondon Pacheco, outro ex-governador de Minas (1971-1975), foi homenageado em discursos ao menos três vezes. Foi citado inclusive por Aécio.
 
Azeredo é réu no caso conhecido como "mensalão tucano", um suposto esquema de financiamento ilegal de sua campanha à reeleição ao governo de Minas, do qual teria participado o publicitário Marcos Valério, condenado por envolvimento no mensalão petista.
 
Em seu discurso, o deputado federal Marcos Montes (PSD-MG), afirmou que a candidatura do PSDB tem o viés da "ética e da gestão".
 
Questionado sobre o possível impacto na campanha caso o STF (Supremo Tribunal Federal) ponha o caso em julgamento em 2014, Aécio afirmou que defende julgamento.
 
"Defendo que todo julgamento ocorra. Até para ficar muito claro a diferença abissal entre o que ocorreu, eventualmente se ocorreu. Em Minas, e aquilo que foi julgado e foi objeto de condenação pelo Supremo Tribunal Federal", afirmou. "Não temos que temer nada. Exercemos em Minas um governo ético e transparente", disse o senador.
 
Azeredo não quis dar entrevista. Mas afirmou que foi sim citado ao microfone, quando foi convidado para compor a mesa de cerimônia.
 
Folha de S. Paulo

Redação

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