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Advogado preso em casa acusa juiz e delegado de perseguição

O advogado Ricardo Mamedes acusou o juiz Renato José de Almeida Costa, que atua na Comarca de Araputanga (345 km de Cuiabá-MT), e o delegado Miguel Macario de terem armado uma denúncia contra ele. 

Mamedes foi algemado e preso detro de sua casa, no último dia 12 de julho, após descumprir ordem judicial proferida pelo magistrado, que determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão no escrtiório, no rancho e em sua casa. O advogado é alvo de denúncia de que estaria ameaçando pessoas com arma de fogo.

Segundo o advogado, ele atua há 27 na cidade, é conhecido e sua família é tradicional no município, sendo uma das fundadores de Araputanga. De acordo com o jurista, que atua na área cível, os problemas começaram quando o juiz assumiu a comarca da cidade, e não só Ricardo, mas como outros advogados começaram a ter problemas quanto a demora dos processos.

“Ele não tem dado celeridade nos processos, o que tem dificultado muito o nosso trabalho. Às vezes, demora mais de um ano para que tenha decisão de algo simples, e a partir dai comecei a reclamar e fiz oito denúncias na ouvidoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), que respondeu todas elas”, disse ao Circuito Mato Grosso.

A partir deste momento, segundo Mamedes, o juiz teria começado a perseguir o advogado e sua esposa, que também advoga no munícipio. Ele relatou que o pedido de busca e apreensão foi baseado em um bilhete anônimo, enviado ao juiz.

“Eu defendi uma mulher na cidade em um processo de separação contra um médico, e esse médico passou a me ameaçar. Foi até meu escritório me ameaçando de morte, mandou mensagens pelo WhatsApp e em ligações, tudo gravado. Comuniquei ao juiz, que fez vistas grossas. Aceitou uma suposta denúncia contra a minha pessoa, partindo de um bilhete esdrúxulo e se quer fez uma investigação”, conta ele.

Ele contou que foi chamado a delegacia e informado que ele iria acompanhar a busca e apreensão na casa de um advogado em Reserva do Cabaçal, pois ele é presidente da Comissão de Prerrogativas e quando chegou ao local, o delegado Miguel Macario, disse que ele seria o alvo das investigações.

Questionado sobre o motivo, de acordo com Mamedes, o delegado não explicou e começou a agredi-lo verbalmente. O advogado disse ainda que, ao tomar conhecimento da situação, deixou a delegacia e viu que o mandado de busca e apreensão era para o seu rancho e seu escritório e não em sua casa.

Quando os policiais chegaram a sua casa, ele se recusou a sair, pois o mandado não permitia a entrada em sua residência. Durante a ação, que durou pouco mais de uma hora, a todo instante o delegado mantinha contato com o juiz.

“Me trataram como bandido, foi horrível a situação. Saiu matérias como se os policiais estivesse buscando drogas em minha casa e isso não é verdade, sou trabalhador, 27 anos que advogo no estado e fora dele. Não me respeitaram e nem cumpriram as prerrogativas obrigatórias para me prender”, alegou Mamedes.

Segundo o advogado, ele foi levado para a delegacia e transferido para o presídio às 03h30min da manhã, sem fazer o exame de corpo de delito.

“Eu estava machucado, dois os policiais me agrediram, colocaram algema que machucou meus punhos,. Me deixaram em cela comum, e não é permitido isso pela lei. Nem as prerrogativas obrigatórias no caso eles respeitaram, tudo foi uma armação e retaliação por parte do juiz, depois de eu começar a reclamar dele na ouvidoria”.

Ele afirmou que entrará com representação criminal contra o juiz e o delegado, que, nas palavras de Mamedes, mentiram em entrevista.

“Eu não tenho nenhum boletim de ocorrência registrado contra minha pessoa, por ameaçar alguém com arma como ele disse. A minha arma é registrada pela Polícia Federal, eu posso ter ela em casa e o delegado disse que eu estava com posse ilegal de arma de fogo, o que é outra mentira que ele disse a imprensa. Tudo isso, eles terão que responder na Justiça", declarou.

Mamedes ainda disse que sua filha de 17 anos teve a blusa rasgada e foi agredida. Além disso, ele relatou que sua outra filha de 20 anos também foi agredida por policiais e sua esposa ameaçada.

Para finalizar ele disse que sua residência e rancho foram alvos de vandalismo e não de busca e apreensão e vai com o caso até a última estância contra o delegado e juiz para provar sua honestidade e honra.

Outro lado

A reportagem tentou contato com o juiz Renato Costa e o delegado Miguel Macario, mas não obteve êxito.

Veja o vídeo gravado pela família do advogado, quando os PMs tentavam invadir sua residência:

Esposa do advogado Ricardo Mamedes, a também advogada Luciana Mamedes justifica porque houve resistência ao cumprimento de ordem judicial; Veja vídeo:

Confira imagens da família do advogado ferida após a ação da polícia em sua residência

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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