Plantão Policial

Advogado acusado de manter trabalho escravo vai a delegacia e é preso

O advogado R.M., 42, acusado de manter trabalhadores em situação análoga à escravidão, foi preso nesta quinta-feira (20), por volta das 09h da manhã.  O mandado de prisão foi cumprido pelos policiais do Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra), quando o advogado estava na delegacia de Juína (720 km de Cuiabá-MT)

De acordo com um investigador da Polícia Civil, nesta manhã o advogado está na sede da Polícia Militar para que sejam atendidas todas as prerrogativas legais de sua prisão, caso a sede da PM não seja adequada, ele deverá ser encaminhado para o Fórum de Juína.

O mandado de prisão do advogado foi expedido pela Justiça Federal do município, após ele ser denunciado por trabalho escravo e a Polícia Civil resgatar trabalhadores que atuavam na fazenda do jurista. Entre as vítimas, estava um deficiente físico e visual que vivia em condições desumanas. A denúncia chegou na Central de Atendimento de Direitos Humanos, disque 100.

“O advogado contratava pessoas que tinha problemas com a Justiça. Ele advogava para essas pessoas, e como forma de pagamento, ele obrigava as pessoas a trabalharem em sua fazenda que tem uma criação de gado”, informou o investigador do Garra.

O investigador ainda informou, que a polícia está se deslocando para a fazenda do advogado em Colniza (1.065 km da Capital) para cumprir um mandado de busca e apreensão no local. As vítimas resgatadas estão sendo amparadas pela assistência social de Juína, e entraram no processo como testemunhas.

O caso

No último dia 07 de julho, a PJC foi até a fazenda verificar a denúncia de trabalho escravo recebida. Na Fazenda São Lucas, de propriedade do advogado (na linha 36, Km 09, sentido Guariba), os policiais encontraram o senhor J.P.R. , vivendo em um quarto com muitoS ratos e próximo ao chiqueiro. O local ainda funciona como depósito para armazenamento de produtos agropecuários, rações e ferramentas .

A vítima tem deficiência física e visual ocasionadas por acidentes de trabalho nas fazendas do acusado. O funcionário, que nunca teve carteira assinada e recebia apenas moradia e comida pelos trabalhos prestados, ficou cego do olho esquerdo devido um acidente de trânsito no ano de 2015 e amputou uma perna em razão de ferimento ocasionado quando apagava um incêndio na propriedade.

A vítima é portadora de Hanseníase e não sente dores no corpo. Há cerca de quatro meses os ratos que convivem no quarto roeram a perna da vítima enquanto ela dormia, e ao levantar percebeu as poças de sangue no colchão. Devido às deficiências, o lavrador não consegue fazer a sua comida e espera que outros funcionários da fazenda levem refeição para ele.

 

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Redação

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