A defesa de Patrícia Ramos, mãe de Isabele Ramos, 14, pede a prisão preventiva do empresário Marcelo Cestari. O advogado Hélio Nishyama argumenta quebra de fiança por parte do acusado, uma vez que não foi localizado em nenhum dos endereços fornecidos à Justiça para intimação.
O pedido foi feito na quinta-feira (23) e aguarda decisão do juízo da 10° Vara Criminal de Cuiabá.
O advogado menciona no pedido que o oficial de justiça procurou o empresário nos endereços fornecidos nos autos, mas não o encontrou para intimá-lo sobre a decisão judicial que suspendeu o pagamento de R$ 290 mil de fiança. A defesa do empresário alegou dificuldades financeiras e ofereceu R$ 10 mil.
“A mudança de residência sem prévia autorização da autoridade judicial configura quebra de fiança”, diz trecho do documento.
Mais adiante no pedido, o advogado sugere que sejam feitas tentativas de intimação na empresa do acusado e também na casa da mãe. Mesmo se não for localizado, que seja feita nova intimação.
“Caso sejam infrutíferas tais diligências, requer-se seja decretada a quebra de fiança [art. 328 do CPP], bem como seja decretada a prisão preventiva [art. 282, §4º, CPP] ou, em caráter subsidiário, sejam impostas novas medidas cautelares”, é o pedido.
Na quarta-feira, Nishyama explicou que o pagamento da fiança arbitrada não precisa ser feita mediante transferência bancária, unicamente. Ele pode ceder bens, joias, ativos financeiros, qualquer pertence que atinja o valor estipulado.
A fala vai de encontro ao alegado pelo empresário que citou dificuldade financeira por conta da pandemia, mas mora em mansão, tem carro esportivo importado, avião e uma empresa avaliada em R$ 10 milhões.
O caso
Isabele foi morta no dia 12 de julho ao ser atingida por um tiro no rosto. A bala atravessou a cabeça da jovem. O disparo saiu da arma que a filha de Marcelo Cestari manuseava e, suspostamente, foi acidental.
Laudo preliminar aponta que o tiro ocorreu a curta distância, o que confronta a hipótese de acidente. Também foram encontradas algumas inconsistências nos depoimentos e na atitude dos envolvidos após a morte da menor.
A prisão de Cestari ocorreu por posse ilegal de arma. Ele tinha 7 armas em casa, mas duas estavam sem documentos.