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Adolescente nega brincadeira com arma e diz ter se ‘sentido mal’ com morte de amiga

A adolescente de 14 anos que matou Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos, com um tiro supostamente acidental, negou que tenha feito qualquer tipo de brincadeira próxima à vítima. Em depoimento, que o HiperNotícias obteve com exclusividade, a menor explicou que quando foi ao seu quarto quis apenas chamar a amiga para que ela levasse torta a sua mãe. A jovem ainda disse que se sentiu “mal” com o ocorrido. O fato aconteceu no dia 12 de julho, no condomínio de luxo Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.

A oitiva foi realizada no dia 14 de julho, dois dias após a morte, pelo delegado Olímpio da Cunha Fernandes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que à época investigava o caso. À autoridade policial, a adolescente afirmou que em nenhum momento quis mostrar a pistola à amiga.

“Foi mostrada essa arma para Isabele?”, perguntou o delegado. Na sequência, a adolescente é enfática: “não”. “Em algum momento ela (Isabele) teve contato com a arma de fogo?”, volta a questionar a autoridade policial. A menor responde: “não”.

O delegado continua: “você teve vontade de ir atrás da Isabele para mostrar a arma para ela?”. A menor responde: “não”. Na sequência, Olímpio faz outro questionamento. “você teve a intenção de mostrar, de fazer alguma brincadeira?”. A adolescente confirma: “não, eu queria chamar ela (SIC)”.

Conforme matéria publicada na sexta-feira (30) pelo HiperNotícias, a adolescente disse no depoimento que ia chamar Isabele para que a vítima levasse torta para a sua mãe.

Logo depois, o delegado pergunta à adolescente como ela sentia com a morte de amiga e a mesma respondeu: “Mal, eu estou mal pelo o que aconteceu porque foi um acidente e… não sei. Eu não tinha nenhuma intenção (de matar Isabele). Eu fiquei em choque primeiro lá em baixo (na sala da casa), e aí eu comecei a chorar e eu não parava de chorar. Eu estava chorando até ontem (13 de julho) à noite. Hoje (14 de julho) de manhã eu acordei um pouco melhor, mas eu voltei a chorar de novo. Eu passei mal de manhã vindo para cá (delegacia) (SIC)”, detalhou.

Veja:

 

Pós-fato

Depois de Isabele ter sido atingida, a adolescente disse que fechou os olhos e começou a gritar. Na sequência, ela disse ter ido ao quarto dos pais, onde colocou o case (maleta para acondicionar) com as armas.

“Depois do disparo, eu fechei o olho e comecei a gritar porque eu fiquei com medo de ter acontecido alguma coisa com a Bel (Isabele). Aí, apareceu meu irmão. Ele viu que eu estava com o case na mão. Aí ele falou tira daqui, leve esse negócio, ele falou alguma coisa do tipo. Daí, eu tirei e joguei no quarto, joguei não, coloquei no quarto (dos pais). Eu não lembro como, eu só coloquei. Foi no armário que eu coloquei, provavelmente, porque é onde tem o costume de colocar”, explicou.

A menor relatou que após guardar as armas, voltou ao seu quarto e viu Isabele caída e o seu pai, o empresário Marcelo Martins Cestari, 46 anos, em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“(depois de guardar as armas no quarto dos pais) Eu voltei correndo e quando eu cheguei vi isso aqui (as pernas da Isabele) caída no chão. Quando eu voltei ao meu quarto, meu pai já estava lá com o Samu (na ligação)”.

Veja:

 

Por fim, a jovem relatou que seu pai pediu para que chamasse a mãe de Isabele. Ao chegar ao quarto, a mulher teria ficado desesperada. A menor relatou que não houve brigas na residência no dia do fato e que ninguém ingeriu bebida alcoólica.

Aí, eu lembro do meu pai ter dito para chamar a mãe da Isabele. Meu pai estava no telefone com o Samu ou com a ambulância, não sei qual que era. E ele (Marcelo) falava: ‘chama a mãe da Isabele, liga para ela’, alguma coisa assim. Aí a mãe dela chegou, eu vi a mãe dela chegando, desesperada. Aí a mãe dela disse: ‘eu preciso do meu celular’.

Veja:

 

O caso

Isabele morreu no dia 12 de julho, após ter sido atingida com um tiro na cabeça. Em um vídeo obtido pela reportagem com exclusividade, a menor fez uma simulação do fato, na qual voltou a afirmar que o tiro foi acidental.

“Quando eu fui bater na porta do banheiro, o case caiu da minha mão. Eu fui pegar ele (o case) com uma mão e a arma com a outra. Aí eu subi eles e, quando estava colocando a arma, ela disparou (sic)”, relata a adolescente ao descrever o exato momento em que a arma disparou.

No depoimento, a menor informou que após o jantar daquele dia 12 de julho, Isabele subiu ao seu quarto. Diante disso, a jovem disse que foi ao cômodo saber o que que a amiga estava fazendo.

“Meu pai pediu para alguém subir com o case; eu subi com ele (o case). Eu vi a Bel (Isabele) subindo para o meu quarto. Aí eu subi atrás porque eu fui chamar ela (SIC)”.

 

Ao ser questionada pelo delegado sobre o que queria com a vítima, a adolescente disse que “primeiro, eu queria saber o que ela estava fazendo, e, depois, eu queria chamar ela para ela levar torta para a mãe dela, porque ela tinha brigado com a mãe dela. Daí, eu ia falar para ela levar torta porque a gente fez torta de limão para ela (SIC)”.

Minutos antes do disparo, a menor conta que tinha ido procurar pela amiga em alguns cômodos da casa. “Eu entrei no quarto, onde fica as camas. Chamei ela (a Isabele) e ela não respondeu. Eu chamei ela no closet, onde fica os armários, e ela também não respondeu. Quando eu fui bater na porta do banheiro, o case caiu da minha mão. Eu fui pegar ele (o case) com uma mão e a arma com a outra. Aí eu subi eles e quando estava colocando a arma, ela disparou (SIC)”. No depoimento, a adolescente não diz se a porta do banheiro estava aberta ou fechada.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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