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Adolescente grávida é atraída para armadilha e acaba morta em Cuiabá; vítima teve filho retirado do ventre

Uma adolescente de 16 anos, identificada como Emilly Azevedo, foi encontrada morta dentro do quintal de uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (13). A vítima, que estava grávida, foi estrangulada e teve o filho arrancado do ventre. No primeiro momento, quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime, mas polícia revogou a detenção de três acusados. Somente Nataly Helen Martins Pereira, 25, que assumiu a autoria do crime, permanece detida.

Segundo as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Emilly estava desaparecida desde o início da tarde de quarta-feira (12), quando saiu de sua casa em Várzea Grande para buscar doações de roupas na casa de uma mulher, em Cuiabá, e não entrou mais em contato com a família. Já durante a noite, o casal deu entrada no Hospital de Maternidade Santa Helena com um bebê recém-nascido no colo, relatando que o parto havia ocorrido em sua residência. A equipe médica realizou o atendimento da criança, mas a mulher se recusou a ser atendida.

Depois de certo tempo, a mulher aceitou o atendimento, ocasião em que foram realizados exames ginecológicos e laboratoriais, que constataram que a paciente não estava em estado puerperal. Quando ela foi amamentar a criança, também foi verificado que ela não estava produzindo leite materno, sendo identificada a possibilidade da paciente não ser a mãe da criança.

Diante das suspeitas, a equipe do hospital acionou a polícia e o casal foi conduzido para a Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos. Após a oitiva do casal e com as informações do desaparecimento da jovem gestante, a equipe do Núcleo de Pessoas Desaparecidas foi até a residência dos suspeitos para continuidade das investigações.

Na casa, os policiais encontraram o corpo da adolescente enterrado em uma cova rasa, com parte da perna visível. A vítima estava com o ventre aberto, com um corte grande, indicando uma situação de parto forçado. Em análise do corpo, foi verificado que a vítima foi morta possivelmente por enforcamento, esganadura e asfixia, uma vez que ela estava com cabos de internet enrolados no pescoço, mãos e pernas, além de um saco plástico na cabeça, como forma de sufocamento. 

Após os fatos, o homem chegou a postar em suas redes sociais que sua filha havia nascido. As investigações da DHPP seguem em andamento para apurar a atuação de cada um dos envolvidos nos crimes de homicídio e ocultação de cadáver, assim como a possível participação de outras pessoas no crime.

Os investigados e outras duas pessoas podem responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e entre outros crimes que podem ser identificados no decorrer das investigações.

“Foi um crime gravíssimo que foi rapidamente esclarecido pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, com apoio fundamental da equipe hospitalar, que imediatamente identificou que havia algo errado e acionou a polícia”, disse o delegado titular da DHPP, Caio Fernando Albuquerque.

Horas depois, na noite de ontem, a advogada Ana Claudia Matos acompanhou o trio e afirmou que todos eles e a família foram enganados pela mulher, que simulou estar grávida. O diário de gravidez dela foi compartilhado nas redes sociais, com exames de ultrassom, chá revelação e tudo que envolve a espera de um filho.

“Todo o crime já foi desvendado. Hoje foram apresentados quatro personagens, mas isso foi um equívoco. Inclusive, o pai do bebê não tem nada a ver com isso”, afirmou a advogado. “Autora, única e inclusive autora do crime, já assumiu o crime e disse que os outros não têm nada a ver”, completou.

O caso segue sendo investigado.

João Freitas

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