A vítima chegou a ser levada para o Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Corrêa Netto, na Zona Leste, mas morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.
Aos policiais, o pai de Lucas contou que não localizou nenhuma lesão externa no corpo do filho. Os familiares relataram à polícia que o jovem saiu de casa na sexta-feira (4) dizendo que iria a uma festa e depois dormiria na casa de um irmão. No sábado, por volta das 18h30, o pai do garoto voltou do trabalho e foi informado sobre a agressão por um conhecido.
No boletim de ocorrência, o pai disse que a família decidiu então buscar informações sobre o filho nos hospitais da região. Funcionários do Hospital Alípio Corrêa Netto contaram aos parentes que o garoto já chegou morto ao centro médico.
Famoso no Facebook
Seguido por 56 mil pessoas no Facebook, Lucas deu entrevista e gravou um vídeo para o G1 (veja acima) publicado no dia 15 de janeiro. O estudante contou que frequentava os "rolezinhos" desde o fim de 2013 para se divertir, cantar funk e conhecer pessoas. Mas, com o tumulto ocorrido no começo do ano no Shopping Metrô Itaquera, ele decidiu "se afastar" desses encontros. "Não quero cair em cadeia por causa disso", afirmou na época.
Na ocasião, Lucas foi um dos jovens abordados pela Polícia Militar. Apontado como um dos organizadores, o estudante foi intimado por um oficial de Justiça, mas negou ter sido o organizador do evento.
"Ele (oficial de Justiça) me disse que, caso acontecesse baderna em um outro 'rolê', eu teria que pagar R$ 10 mil. Não tenho como pagar tudo isso", afirmou. Por não ter o dinheiro, o jovem temia ser detido se recebesse a multa.
Morador de Itaquera, Lucas vivia com a família em uma casa simples localizada em uma viela a poucas quadras do shopping da Zona Leste. O centro de compras era um dos lugares mais frequentados por ele. Era lá que o adolescente gastava o dinheiro (acumulado em bicos como auxiliar de pedreiro e estoquista, entre outros) com roupas de marca. Vaidoso, ele gostava de usar roupas da Oakley, Adidas e Polo Ralph Lauren.
Início dos 'rolezinhos'
Os encontros começaram como "pancadões", contou Lucas ao G1. Jovens marcavam de se reunir em ruas perto de escolas do bairro para cantar e ouvir funk. Com o interesse e o consequente aumento do número de participantes, eles decidiram se encontrar em shoppings. "A gente queria marcar no estacionamento, porque cabe mais gente."
O estudante lembrava com carinho dos primeiros "rolezinhos". "A gente conhecia muitas pessoas, fazia amizades. E ficava com as meninas. Em cada um, eu fiquei com umas seis, sete", contou.
G1