Com mandado de prisão em aberto, o secretário adjunto de Saúde Flávio Alexandre Taques teve seu ato de exoneração assinado nesta terça-feira (18) pelo prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB). Flávio Alexandre e mais sete são alvo na segunda fase da Operação Sangria, que investiga tentativa de monopólio na saúde pública do Estado.
“Não me restou alternativa senão exonerá-lo do cargo. Já foi encaminhado para publicação e deverá ser publicado amanhã, com a data de hoje”, afirmou Pinheiro, que lamentou o envolvimento de membros da sua gestão no episódio.
Já se encontram presos preventivamente o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Corrêa. Flavio Taques, o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correa, Fábio Liberali Weissheimer, Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Celita Liberali, e Luciano Correa Ribeiro. Todos estão sendo levados para a Defaz. Um ainda está em fase de cumprimento dos mandados.
Emanuel Pinheiro defende a atuação da Delegacia Fazendária (Defaz). “Devemos apoiar. E tão logo eu tomei conhecimento da operação, determinei ao secretário de Saúde interino, Luiz Antônio Possas de Carvalho, e ao diretor-geral da Empresa Cuiabana de Saúde, Alexandre Beloto, para que dessem todo apoio e colaboração à operação, oferecendo documentos, informações e colocando toda nossa equipe à disposição”, afirmou o prefeito.
A investigação da operação Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário público, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, que seriam a Proclin, a Qualycare e a Prox Participações
Segundo a apuração, a organização mantém influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.
A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.