Madrasta acusada de matar enteada de 11 anos envenenada para ficar com herança se cala durante audiência e pode ser pronunciada em 40 dias, para enfrentar júri popular. Jaira Gonçalves de Arruda, 43, suspeita de envenenar e matar a enteada Mirella Poliana Chuê de Oliveira, exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio durante audiência na 14ª Vara Criminal de Cuiabá, sob o comando do magistrado Jurandir Florêncio de Castilho. A sessão foi realizada por videoconferência.
A ré está custodiada na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, na Capital.
Com a audiência, realizada na tarde de quarta-feira (24), foi encerrada a fase de instrução. Acusação e defesa terão 5 dias para as alegações finais, iniciando-se pela acusação.
Jaira foi denunciada em novembro do ano passado pelo homicídio doloso, praticado por motivo torpe, com emprego de veneno, mediante dissimulação que dificultou a defesa da vítima. Crime agravado pelo fato de a vítima ser feminina e menor de 14 anos.
Para o advogado Luciano Augusto Neves, que atua na assistência de acusação, o fato de Jaira se calar nesta fase processual não deve interferir no resultado esperado, que é a condenação. Aponta que as provas decorrentes da investigação são robustas e, otimista, acredita que ela pode sentar no banco dos réus, enfrentando júri popular, já em 2021.
Para a avó de Mirella, Claudina Chuê Marques, o silêncio da acusada é nada mais do que o reconhecimento da culpa pelo crime hediondo. Lembra que, nas audiências anteriores, diversas testemunhas apontavam a madrasta como a autora do homicídio.
Mirella chegou em óbito a um hospital privado de Cuiabá às 15h17 do dia 13 de junho de 2019, após sucessivas internações provocadas pelo envenenamento ao longo de 4 meses.