Atenta aos riscos sanitários provenientes de outros estados do Brasil a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) inicia uma campanha de prevenção contra a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). O intuito é orientar todos os envolvidos na cadeia de produção sobre que são as doenças, seu sintomas e quais medidas devem ser tomadas para a prevenção delas.
A entidade em parceria com o Fundo de Sanidade e Desenvolvimento da Suinocultura (FSDS) entregou na última semana quatro veículos ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), que servirão como apoio ao órgão na fiscalização no Estado. Além disso, foram impressos cinco mil folhetos educativos que serão entregues a produtores, funcionários e motoristas, nos pontos de fiscalização do Indea-MT nas cidades fiscalizadas.
Nos próximos 45 dias as ações se intensificarão nos municípios de Vila Rica, Água Boa, Cocalinho, Torixoréu, Barra do Garças e região, áreas em que há maior probabilidade de entrada da doença.
“Essas doenças são sérias, precisam ser monitoradas de perto e de muito cuidado por parte dos produtores. Mato Grosso foi reconhecimento oficialmente pela OIE como Zona Livre da Peste Suína Clássica em 2016 e queremos reforçar nossa blindagem sanitária para fortalecer ainda mais a nossa posição como porto seguro para o fornecimento de carne suína”, destaca o presidente da Acrismat, Itamar Canossa.
PSC
A PSC é uma doença viral que acomete suínos domésticos e javalis e é altamente contagiosa entre os animais, mas sem risco de contaminação a humanos. Os sintomas são febre alta, conjuntivite, lesões avermelhadas na pele dos animais (hemorrágicas), principalmente nas extremidades do corpo. Ela provoca alta mortalidade, falta de apetite, fraqueza e a tendência de se amontoar nos suínos. O vírus é transmitido pelo contato direto com animais doentes; por pessoas, utensílios, veículos, roupas, instrumentos e agulhas com o vírus; por restos de alimentos mal conservados; ou da mãe para o filhote, ainda na placenta.
Orientações
A Acrismat recomenda que os produtores sigam algumas orientações sanitárias para evitar a entrada da Peste Suína Clássica (PSC) e da Peste Suína Africana (PSA) no Estado.
Por serem doenças virais altamente contagiosas, a associação recomenda impedir a entrada de pessoas nas granjas, cuja origem seja desconhecida, ou que tenham transitado pela Zona Não Livre (ZNL) de PSC no Brasil (AL, CE, PE, PB, RN PI, MA, PA, AP, AM e RR) e países acometidos pela PSA E PSC, mesmo que sem contato com o suíno doente. É aconselhado também manter o vazio sanitário de outros sistemas de produção e locais onde haja presença de suínos como frigoríficos, criatórios e feiras.
Procedimento com caminhões
– Caso ocorra o trânsito nos Estados que integram a ZNL (AL, CE, PE, PB, RN PI, MA, PA, AP, AM e RR) os veículos devem ser passar por lavagens, desinfecção e vazio sanitário antes de retornar à Zona Livre;
– Orientar os motoristas para lavar as botas junto com a lavagem do caminhão, assim como as roupas utilizadas. E para ele não trazer alimentos de origem animal da ZNL para ZL.
Na granja
– Antes dos caminhões ingressarem na granja ou encostar no embarcadouro realizar a checagens de limpeza. Recomenda-se realizar nova desinfecção, com uso de desinfetantes viricidas, conforme orientado pelo Serviço Veterinário Oficial.
Entrada de animais
– Aquisição de reprodutores (matrizes ou cachaços) deve ser feita somente de Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas;
– Adquirir de granjas com status sanitário conhecido e acompanhado com Guia de Trânsito Animal (GTA), pois este documento garante a procedência e é uma ferramenta de rastreabilidade efetiva dos órgãos de defesa.