Um eventual acordo para retomada das obras do Veiculo Leve Sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande continua emperrado nos itens de prazo e valor. Os Ministérios Públicos (Federal e Estadual) e o governo ainda não chegaram ao consenso sobre em quanto tempo os serviços devem ser concluídos e nem de quanto isso custará ao Estado.
O consórcio contratado, por sua vez, quer garantia da suspensão da ação penal por traçados já executados e nos quais há questionamento dos MPs sobre sobrepreço e qualidade de obras.
Fonte ouvida pelo Circuito Mato Grosso afirma que os Ministérios Públicos pedem que o prazo para conclusão seja reduzido de 24 meses (proposto no acordo firmado no fim de março) para 19, mas sem acréscimo de valores. Uma proposta que Governo e consórcio parecem não ver alternativa.
Segundo a fonte, a lógica em questão é a de concentração de esforços para dar celeridade às obras. Se houver menor tempo para executar obras, serão necessários mais mão de obra e mais recursos para serem aplicados em prazo mais curto.
Isso significa que os cerca de R$ 800 milhões previstos pelo Governo para conclusão de obras teria novo acréscimo, e o valor global das obras estouraria o valor de R$ 2 bilhões. O custo total e da obra na previsão inicial era de R$ 1,4 bilhão; dessa quantia R$ 1 bilhão já foi gasto, para a execução de metade do projeto.
Na proposta de acordo fechada no começo do ano, governo e consórcio chegaram ao valor de R$ 1,9 bilhão para colocar o modal em funcionamento. Em mensagem publicada no mês passado para enviar o pedido de empréstimo para votação na Assembleia Legislativa, o governo diz que o Estado deve fazer contrapartida de R$ 325.997.277,15- R$ 257.377.410,45 de desoneração tributária e R$ 68.619.866,70 de pagamento direto do Tesouro.
Quanto ao prazo, os 19 meses cobrados pelos MPs para a conclusão foram apontados em auditoria da KPMG. Segundo a consultora, 19 meses seriam suficientes para conclusão. Ademais, 24 meses era a previsão de construção total da obra no contrato 37/2012/Secopa/MT, o que contraria o novo prazo defendido, já que restam apenas 30% da obra para serem concluídos.
O Consórcio VLT, além dos impasses sobre números, pede que haja garantia de que sejam canceladas ações penais de questionamento dos valores já pagos pelo Estado do que fora executado até 2014. Na proposta rejeitada pelos Ministérios Públicos, o governo aceitou suspender as cobranças, um motivo que levou o governador Pedro Taques a baixar decretos de auditoria, no começo de seu mandato, nas contas do Estado.