Em vez de uma recomposição linear, foi acordado dois tipos de reajuste salarial: 10,5% sobre o piso salarial vigente e 8% para quem recebe acima do piso salarial. Estamos num momento em que obras temporárias para a Copa de 2014 alavancaram o setor da construção civil. É fato que esse evento ganhou evidência e influenciou nas negociações. O entendimento entre patrões e empregados coloca Mato Grosso numa posição de práticas salariais acima da média nacional, numa negociação que refletiu responsabilidade, maturidade e bom senso entre as partes”, avalia o presidente do Sinduscon/MT, Cezário Siqueira Gonçalves Neto.
Na pauta de reivindicações inicial, os trabalhadores haviam pedido 17% e depois 12%, enquanto o sindicato patronal ofereceu 7%. e, em seguida, 7,5%. A convenção coletiva põe fim à ameaça de greve da categoria. O encontro levou para a sede do Sinduscon/MT, local da reunião, representantes de cinco categorias de trabalhadores da construção civil, entre eles da Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado de Mato Grosso (FETIEMT) e do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Cuiabá (SINTRAICCCM).
Os itens da pauta de reivindicações dos sindicatos laborais foram lidos e analisados, individualmente. Ao fim do encontro, que foi das 8 às 14 horas, por acordo entre as partes, a negociação foi finalizada. “A avaliação é positiva. Não foi o que a gente esperava, mas podemos dizer que foi uma negociação satisfatória para os trabalhadores”, completa o presidente do SINTRAICCCM, Joaquim Dias Santana. A negociação estabeleceu a manutenção de outras cláusulas trabalhistas e garantiu benefícios para os trabalhadores, tais como: diminuição do desconto da alimentação de 10% para 6% e fornecimento de café da manhã para canteiros de obras que possuem mais de 50 funcionários da construção civil de todo o Estado, em vez de canteiro de obras com 75 ou mais trabalhadores de Cuiabá e Várzea Grande.
“A classe patronal tem consciência do impacto que uma convenção coletiva gera para o segmento. Procuramos fazer o máximo que podíamos porque temos conhecimento de nossas responsabilidades e das necessidades do trabalhador em ter seu salário atualizado”, destaca o presidente da Comissão de Relações Trabalhistas do Sinduscon/MT, Claudio Cleber Ottaiano. Agora, o Sinduscon/MT prepara documentação que será remetida ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para homologação.
Nos últimos quatro anos, o Sinduscon/MT concedeu índices de recomposição do piso salarial superiores aos índices nacionais, elevando no Estado a média salarial praticada com o propósito de garantir um reequilíbrio salarial para os trabalhadores da construção civil em Mato Grosso. Esse reequilíbrio salarial é parte de um planejamento financeiro de médio prazo iniciado em 2010 para a recuperação do piso salarial dos trabalhadores:
Em 2010, o INPC na data base da categoria foi de 5,4%, enquanto o índice concedido para o aumento do piso salarial dos trabalhadores foi de 17%. Em 2011, o INPC na data base da categoria foi de 6,3% enquanto o índice concedido para o aumento do piso salarial dos trabalhadores foi de 15,95%. Em 2012, o INPC na data base da categoria foi de 4,88%, enquanto o índice concedido para o aumento do piso salarial dos trabalhadores foi de 12,03%.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Sinduscon/MT
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