O G20 optou por não apontar o dedo diretamente para Tóquio, mas pediu para membros não fazerem desvalorizações competitivas e disse que a política monetária deve ser direcionada apenas para a estabilidade dos preços e crescimento. O Japão afirmou que essa decisão é um sinal verde para proceder com suas políticas expansionistas.
O foco do mercado está agora sobre o indicado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para ser o próximo presidente do Banco do Japão, banco central do país. Espera-se que Abe anuncie sua escolha nos próximos dias.
"O G20 basicamente deu a aprovação implícita para a desvalorização cambial como resultado de afrouxamento monetário, e não intervenção. Portanto isso coloca o foco sobre o que o BC japonês fará em seguida. Enquanto o BC mostrar seriedade em reverter a deflação, o declínio do iene será provavelmente tolerado", disse o estrategista-chefe de câmbio para o Japão do Citibank, Osamu Takashima.
O índice Nikkei do Japão encerrou em alta de 2,1%, ao passo que exportadores e bancos lideram o movimento devido ao enfraquecimento do iene, depois de subir 2,4% mais cedo, aproximando-se do maior nível desde setembro de 2008 de 11.498,42 pontos atingido em 6 de fevereiro.
A desvalorização do iene pesou sobre moedas de emergentes asiáticos, enquanto as ações sul-coreanas encerraram com leve alta de 0,04%, depois de chegarem a cair 0,3% devido a preocupações com competitividade dos exportadores do país.
Às 8h58 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão operava com variação positiva de 0,01%, depois de mostrar poucas variações. O índice asiático atingiu brevemente o maior nível em 18 meses e meio na sexta-feira e teve o melhor desempenho desde a semana de 6 de janeiro, com um ganho semanal de 1,2%.
Em Hong Kong, houve desvalorização de 0,27%, enquanto Cingapura teve alta de 0,15%. A Bolsa de Xangai caiu 0,45% e Taiwan teve alta de 0,47%.
Fonte: FOLHA.COM | REUTERS
