Ace Frehley, cofundador e ex-guitarrista do Kiss, morreu após ferimentos sofridos em decorrência de uma queda em seu estúdio no mês passado, segundo comunicado de sua família divulgado na quinta-feira, 16. Aos 74 anos, ele estava internado e respirava por aparelhos.
“Estamos completamente devastados e com o coração partido. Em seus últimos momentos, tivemos a sorte de poder cercá-lo de palavras, pensamentos, orações e intenções amorosas, atenciosas e pacíficas enquanto ele deixava esta Terra. Guardamos com carinho todas as suas melhores lembranças, suas risadas e celebramos a força e a bondade que ele dedicou aos outros. A magnitude de sua partida é de proporções épicas e incompreensível. Refletindo sobre todas as suas incríveis conquistas de vida, a memória de Ace continuará viva para sempre!”, disseram os familiares em nota reproduzida pela revista Variety.
O norte-americano Paul Daniel “Ace” Frehley, nascido em 1951, juntou-se ao Kiss em 1973, e permaneceu na banda até 1982.
Ele entrou no conjunto ao ser selecionado por Paul Stanley (voz e guitarra), Gene Simmons (voz e baixo) e Peter Criss (bateria) após uma audição na qual apareceu mal vestido, mas surpreendeu com sua performance.
Mais conhecido como o ‘Spaceman’ do popular grupo de rock dos anos 70 que usava pinturas faciais, seu estilo de tocar inspirou muitos guitarristas.
Seu amor por pioneiros como Jimi Hendrix e Jimmy Page garantiu que o Kiss mantivesse um pé plantado nas raízes do hard rock, mesmo quando a banda se tornou uma máquina de merchandising e se expandiu para o pop.
Frehley alcançou sucesso comercial e fama com seu primeiro álbum solo homônimo de 1978, quando os quatro integrantes do Kiss lançaram simultaneamente quatro discos isolados. A empreitada de Frehley sempre foi considerada a mais coesa entre os fãs.
Dono de solos memoráveis na obra do Kiss, destacaram-se seus riffs em faixas como Detroit Rock City e Shock Me.
Ele também compôs canções importantes como Cold Gin e Parasite.
Após deixar o grupo, iniciou uma carreira solo, mas acabou retornando em 1996 para uma turnê de reunião. Contudo, voltaram a surgir os mesmos problemas criativos de outrora, além do abuso de álcool e drogas, levando-o a deixar a banda definitivamente em 2002.
“Apesar dos muitos altos e baixos que tive com o Kiss ao longo dos anos, não pude deixar de lembrar de toda a diversão que compartilhamos em nossos anos de formação”, escreveu Frehley em sua autobiografia de 2011, Não Me Arrependo – Memórias do Rock ‘n’ Roll, lançada no Brasil pela editora Belas Letras.
Quando a formação original do conjunto foi introduzida no Hall da Fama do Rock em 2014, vários desentendimentos os impediram de se apresentar juntos, e nem Frehley nem Peter Criss se juntaram ao grupo no palco para a recente turnê de aposentadoria do Kiss, a End of the Road.
Ace seguia ativo nos últimos anos, tendo lançado no ano passado o disco 10,000 Volts.
Ele esteve pela última vez no Brasil em 2017, quando se apresentou na casa de shows Tom Brasil, na zona sul de São Paulo.