Cidades

Ação prende grupo que fazia rachas em rodovias, retém motos

Corridas de motos superpotentes em uma das principais rodovias de São Paulo. Vídeos que estão na internet mostram que esse tipo criminoso de corrida, conhecido como “racha” ou “pega”, se repete em várias estradas do Brasil.

As motos deveriam andar a 100, 110 km/h, que é a velocidade permitida na maioria das estradas brasileiras. Deveriam.

“273 mais ou menos. Louco demais. Obrigado Deus”, diz um dos motoqueiros no vídeo.

Na Paraíba, um grupo de motoqueiros ganhou fama e até um apelido: "Clube do 299".

Eles aceleram muito, com um objetivo: chegar a 299 km/h.

“A partir do momento que ele atingiu aquilo, registrou aquilo, aquilo vai fazer ele ser mais respeitado como motociclista que corre mais”, diz Anderson Poddis, assessor de comunicação da PRF-PB.

“Vários deles furaram blitz, chegando inclusive a ter a possibilidade de atropelar um dos guardas da Polícia Rodoviária Federal. São verdadeiras armas nas mãos daqueles que não querem cumprir a legislação”, afirma Bertrand Araujo Asfora, procurador-geral de Justiça da Paraíba.

Nos últimos quatro meses, a Polícia Rodoviária Federal acompanhou cada movimento desses motoqueiros da Paraíba. Descobriu que eles usavam grupos restritos nas redes sociais para marcar as corridas.

É na BR-230, a principal rodovia do estado da Paraíba, que os motoqueiros faziam os rachas. Na estrada, a velocidade máxima permitida é de 110 km/h.

Na rodovia, entre João Pessoa e Campina Grande, os motoqueiros cometem infrações gravíssimas: fazem ultrapassagens perigosas em local não permitido e até pilotam sem segurar o guidão.

Os motoqueiros faziam questão de compartilhar os vídeos com os amigos. Em janeiro, policiais gravaram um dos rachas do Clube do 299. No vídeo, todas as motos passam voando. Algumas estão indo tão rápido que o radar nem consegue registrar a velocidade.

Para mostrar o tamanho do perigo, o Fantástico fez um teste no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Primeiro, pedimos a um piloto profissional que dirigisse a 110 km/h. E depois, a mais de 200 km/h.

E os freios? Como funcionam numa situação dessas? A 110 km/h, a moto parou depois de percorrer 34 metros. A mais de 200 km/h, a moto percorreu 143 metros, uma distância quatro vezes maior até parar.

“Na estrada, a chance de morrer é alta. Por quê? Primeiro, você não controla as variáveis. Você não sabe se tem uma sujeira no chão, uma ondulação. A 200 por hora, uma ondulação é suficiente para derrubar”, alerta Roberto Manzini, especialista em direção defensiva.

Na sexta-feira (24), o Fantástico acompanhou a operação contra o Clube do 299 na Paraíba.

Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Ministério Público já tinham provas suficientes para apreender as motos e as habilitações dos integrantes do grupo. Segundo as investigações, quem organizava as corridas clandestinas era o empresário Gibran Moraes. Ele aparece em vários vídeos fazendo manobras arriscadas e em altíssima velocidade.

No apartamento de Gibran, os policiais também encontraram um revólver e munição até para fuzil. Em um vídeo, o empresário aparece atirando com uma pistola 9 milímetros, que é de uso exclusivo das Forças Armadas. Por causa da munição de fuzil que é de uso restrito, Gibran continua preso.

Na operação policial desta semana, na Paraíba, dez motoqueiros acusados de participar dos rachas tiveram a habilitação apreendida. Ou seja, não podem dirigir.

“É uma questão de provar que ‘ah, eu não sou medroso. Não aconteceu nada’. Hoje. E amanhã? A chance de dar errado e de se matar é grande e ainda matar terceiros”, diz Roberto Manzini, especialista em direção defensiva.

Fonte: G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.