Esportes

Acaba ‘amor’ entre Fifa e cidades-sede da Copa

 
O seminário teve treinadores e dirigentes e tinha como objetivo últimas conversas sobre questões logísticas, temas médicos e segurança. Só que, poucos dias antes de seu início, ganhou importância pela possibilidade de exclusão da cidade de Curitiba como sede por atrasos na obra e falta de garantias financeiras para construir a Arena da Baixada.
 
Um dia antes do início do congresso, a Fifa anunciou uma inesperada entrevista coletiva com o seu secretário-geral, Jérôme Valcke. Surgiu o temor de um papelão histórico do país anfitrião, com danos para a imagem do Brasil e da entidade máxima do futebol, além de um verdadeiro quebra cabeças para refazer a logística dos jogos que seriam cancelados na capital paranaense.
 
Antes do anúncio oficial da confirmação de Curitiba, eis que políticos paranaenses anteciparam-se e divulgaram a decisão. Até a federação internacional colocou nas redes sociais o aviso, o que fez a coletiva virar apenas a explicação para o que não ocorreu.
 
"Ao que parece não é uma conferência ou evento, pois o prefeito de Curitiba já anunciou a conversa que tive com ele e já saiu no twitter. E não sou eu quem controla a conta de Twitter", falou, contrariado, o francês. O constrangimento seria ainda maior quando os representantes da capital parananese apareceram apenas na metade da coletiva, com atraso de mais de uma hora.
 
"Eles acabaram de chegar. Um pouco tarde para a coletiva, mas a tempo para a Copa do Mundo, espero", ironizou o diretor de Comunicação da Fifa, Walter De Gregorio.
 
As declarações eram uma demonstração da falta de paciência dos cartolas da Fifa com os atrasos e problemas do Brasil nos últimos meses. Valcke colocava a mão do rosto, desolado, enquanto os paranaenses davam explicações sobre sua demora.
 
Mais tarde, Valcke se mostrou irritado novamente, desta vez, com a falta de solução para estruturas complementares de cidades-sedes – oito delas não abriram processos de contratação – e a desistência de Recife de realizar um Fan Fest.
 
"Se tem um contrato, assinado pela parte, e não é respeitado, pode ser tomada uma ação legal. Mas acredito que vamos ter as 12 cidades com Fans Fest", afirmou o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil.
 
A intenção das cidades-sedes de cortar o máximo as despesas com a Copa, principalmente após os protestos da Copa das Confederações, tem gerado constantes embates com a Fifa em relação a compromissos assinados. Até com o governo federal, com quem a Fifa mantém relação muito boa, teve imbróglio similar visto que a federação internacional assumiu os custos com energia para redes de televisão nos estádios, o que seria pago pela União. Motivo: a contratação dos itens estava atrasada.
 
Em relação aos técnicos, uma das maiores preocupações foi com a logística do país e o temor sobre a manifestações. A questão da segurança, por sinal, está entre os principais temores da Fifa. Por isso, foi apresentado um plano detalhado com 177 mil homens das forças armadas, polícias e seguranças privadas para tranquilizar os treinadores e a federação internacional. Talvez ajudem a acalmar também os ânimos dos cartolas da federação internacional.
 
UOL Notícias 

Redação

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