Os abusos físicos e psicológicos cometidos contra crianças no Japão em 2014 levaram a 88.931 intervenções dos centros de atendimento a menores, um número recorde que representa um crescimento de 20,5% em relação ao ano anterior, informou nesta quinta-feira (8) o governo japonês.
Os dados, divulgados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar, representam o 24º aumento consecutivo desde que os números começaram a ser coletados em 1990.
O Ministério atribui esse aumento ao maior acompanhamento que está sendo feito desses casos e à inclusão de mais elementos dentro da categoria de abusos infantis, entre eles os maus-tratos psicológicos.
Por outro lado, alguns especialistas assinalam que o aumento se deve ao fato de que existem cada vez mais famílias e menores expostos à pobreza e ao isolamento social, fatores considerados de risco para este tipo de abusos.
As famílias com pais separados e que se encontram em dificuldades econômicas "são os ambientes mais propensos aos abusos", comentou Tetsuro Tsuzaki, diretor da Associação de Prevenção ao Abuso Infantil do Japão, em entrevista à agência "Kyodo".
Tsuzaki acredita que esta tendência "continuará em alta" devido ao avanço da pobreza no país nos últimos anos, e em particular entre os menores de idade.
Apesar do aumento do total de intervenções por abusos em 2014, o número de menores que morreram vítimas dos mesmos caiu para 36, em comparação com as 51 mortes do ano anterior.
As estatísticas incluem os casos de menores que sofreram abusos psicológicos, maus-tratos físicos, negligência de familiares e abusos sexuais, mas não detalham o número exato de cada categoria.
Também incluem os casos de menores que ficaram com sequelas psicológicas após presenciarem atos de violência doméstica.
No Japão, assim que a polícia é notificada de algum caso de abuso, os centros de atendimento ao menor tomam medidas, como levar as crianças para um centro de acolhimento ou oferecer ajuda aos pais.
Fonte: UOL