Em Cuiabá, o bairro mais violento foi o Pedra 90, com 11 execuções, enquanto em Várzea Grande foi o São Matheus, com 9 homicídios. Entre janeiro e abril, nos 2 municípios, foram registrados 169 homicídios e latrocínios.Outro dado importante, além do aumento dos crimes, está na motivação que antes era de 60% por tráfico ou uso de drogas, agora em sua maioria são por rixas pessoais ou entre gangues. Neste contexto entram as brigas de criminosos por domínios de áreas, vinganças e ação de grupos armados, voltados ao extermínio.
Em mais de 60% dos assassinatos são empregadas armas de fogo e no restante dos crimes são usadas facas ou objetos contundentes (paus, pedras, entre outros), conforme levantamento da DHPP. Nos últimos meses as estatísticas apontaram que os domingos e feriados tem sido os dias mais violentos e que grande parte dos crimes ocorre quando envolvidos (vítimas ou autores) estão sob efeitos de drogas ou álcool, explica Caldeira. Com o uso de drogas lícitas ou ilícitas a violência aflora mais e os crimes, normalmente, ocorrem após discussões em torno de bares ou locais de lazer onde ocorreu a ingestão do álcool.
As noites de quartas-feiras, quando normalmente torcedores de futebol saem de casa para beber e torcer, também registram altos índices de assassinatos movidos por rixas.Outro dado é que 97% das vítimas de homicídios já tem envolvimento com crimes, lembra o delegado, o que reforça a autoria de crimes ligados a grupos de extermínio ou facções criminosas, que podem comandar as ações inclusive de dentro de unidades prisionais.
O delegado não descarta, inclusive, um aumento destes crimes como represália a ações de segurança pública dentro das unidades prisionais do Estado.Apesar do aumento, em 80% dos casos, as autorias dos crimes são identificadas pelas equipes comandadas pelos 5 delegados, lembra Caldeira. Mas como o efetivo se manteve o mesmo, não há como evitar uma demora maior para se finalizar a investigação de cada crime.
Silvana Rivas – A Gazeta